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BTG, Itaú, Nubank, BB: como os bancos brasileiros estão investindo no futuro do dinheiro

As finanças do brasileiro nunca foram tão digitais; entenda como os bancos estão se posicionando no mercado de ativos digitais

Novas ferramentas de Inteligência Artificial já se tornaram essenciais para potencializar os resultados de marketing (Getty Images/Reprodução)

Novas ferramentas de Inteligência Artificial já se tornaram essenciais para potencializar os resultados de marketing (Getty Images/Reprodução)

Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 15 de dezembro de 2023 às 17h12.

A digitalização financeira é um dos principais destaques dos últimos tempos no Brasil. Com Pix, Open Finance e Drex, até o Banco Central já colabora para que as finanças do brasileiro se tornem mais digitais do que nunca. Nesse sentido, a classe de ativos digitais ganha notoriedade e faz com que bancos como BTG Pactual, Itaú, Nubank e Banco do Brasil se adaptem a essa nova realidade.

Depois do bitcoin ter subido mais de 550 mil vezes e o Banco Central desenvolver o Drex, a moeda digital brasileira com previsão de lançamento em 2024, a tecnologia blockchain virou uma das prioridades de grandes instituições.

Muitas delas já oferecem a negociação de criptomoedas, por exemplo. O Itaú anunciou recentemente a disponibilização de bitcoin e ether na plataforma Íon. Já o BTG Pactual oferece mais de 30 criptoativos na Mynt, plataforma lançada pelo banco de investimentos em 2022.

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Agora, muito se especula se as recentes iniciativas são um mero atendimento à demanda de clientes que querem investir em criptomoedas ou seguem uma visão de longo prazo em que a tecnologia poderá revolucionar a forma como as finanças funcionam.

Confira as iniciativas e o posicionamento dos bancos brasileiros sobre o futuro do dinheiro e os ativos digitais:

BTG Pactual

O banco de investimentos, que é o maior da América Latina atualmente, foi um dos pioneiros no Brasil a investir em iniciativas com a tecnologia blockchain. A lista é extensa e começa na emissão de um security token, no lançamento de fundos, e vai até a carteira recomendada cripto, custódia e a criação de uma criptomoeda.

Segundo André Portilho, head de Digital Assets do BTG, o banco começou a estudar a tecnologia cripto em 2017 e depois de uma série de projetos no setor, ainda acredita em seu potencial para transformar o mercado financeiro.

“O BTG começou no mercado cripto em 2017, motivado pelas provocações dos nossos clientes em relação à tecnologia. Desde então, participamos ativamente do mercado com uma série de inovações”, comentou André Portilho em entrevista à EXAME.

Antes do lançamento da própria plataforma cripto chamada de Mynt, o BTG explorou os ativos digitais através da emissão de um token e o lançamento de fundos. Agora, o banco de investimentos possui até mesmo sua própria criptomoeda, o BTG Dol, lastreado em dólar, e faz a custódia própria de ativos digitais.

“Em 2019 lançamos o ReitBZ, que foi o primeiro security token emitido por um banco no mundo. Em 2021 lançamos os primeiros fundos de bitcoin geridos por um banco no Brasil. No ano passado lançamos a Mynt, uma plataforma completa de cripto com acesso a mais de 30 criptoativos, custódia própria e conteúdo. Em janeiro desse ano, incorporamos cripto nos aplicativos do BTG Pactual, sendo um dos únicos do mundo a agregar em um só aplicativo todas as classes de ativo. Também esse ano em abril, lançamos o BTG Dol, a primeira stablecoin de dólares emitida por um banco no mundo”, contou Portilho.

“Toda essa inovação comprova nossa visão sobre a tecnologia cripto e o potencial do mercado brasileiro em ser um dos polos mundias do setor”, acrescentou o executivo.

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Itaú

O Itaú anunciou recentemente a disponibilização de bitcoin e ether, as duas maiores criptomoedas do mundo em valor de mercado, para os usuários da plataforma Íon. O banco de nome bastante tradicional no Brasil já vinha estudando a tecnologia blockchain na área de Digital Assets, comandada por Guto Antunes atualmente.

À EXAME, Guto citou a demanda de clientes e uma recente clareza regulatória como os principais motivos para a entrada do Itaú no setor. Além disso, o banco teria ponderado suas decisões na maturidade do mercado, não se deixando levar pelo “medo de ficar de fora” ou FOMO, na sigla em inglês.

“A questão de cripto foi natural, é uma evolução que já vem há alguns anos e não é especificamente do Itaú, é do mercado. Hoje a gente vê um cenário regulatório muito mais desenvolvido, a gente vê discussões tanto com players incumbentes, os bancos, quanto com as fintechs que vem trabalhado junto até no projeto do Drex como a gente tem visto”, comentou Guto na última edição do Podcast do Future of Money.

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“Essa evolução e maturidade do mercado levou o Itaú a olhar com muito carinho para o tema porque a gente já observava que os nossos clientes buscavam por criptomoedas em outras plataformas. Então nada melhor que o Itaú olhar para o nosso cliente, entender a demanda dele e conseguir criar uma jornada fluida simples e segura para que a gente entrasse nesse mercado do jeito certo”, acrescentou o executivo.

A disponibilização de criptomoedas pelo Itaú veio de uma forte demanda dos clientes, pontuou Guto no podcast. Ainda que se trate de “mais um produto” dentro da plataforma do Itaú, a intenção foi facilitar o acesso sem que os clientes tivessem de migrar para outras plataformas concorrentes.

“Apesar da gente olhar muito o mercado e outros players para entender nível de maturidade, a gente olhou muito o nosso cliente. A gente perguntou muito para o nosso cliente o que que ele espera de uma solução e como que a gente pode atender cripto como mais um produto dentro da nossa plataforma. É um dos que a gente mais gosta e tem mais carinho por sermos de Digital Assets, mas a gente encarou toda a jornada como mais um produto bancário que a gente poderia trazer maturidade, uma jornada mais simples”, explicou.

Sobre a possibilidade de disponibilizar novas criptomoedas e iniciativas futuras, Guto disse que atualmente “a solução é do tamanho da vontade do cliente” e que, por conta disso, pode ser adaptada futuramente, mas sempre de acordo com a demanda dos clientes do Itaú.

Nubank

O Nubank oferece o investimento em criptomoedas através da Nubank Cripto, que anunciou novidades recentemente. A partir do dia 5 de dezembro, os clientes da Nubank Cripto já podem investir em USDC, stablecoin lastreada em dólar. Além disso, a plataforma segue concorrentes e pretende disponibilizar saque e depósito em criptomoedas no próximo ano, funcionalidade que já existia em outras plataformas de criptoativos.

Em 2022, o Nubank chegou a alocar 1% de se patrimônio em bitcoin e o CEO, David Vélez, elogiou: “É um bom investimento a longo prazo”.

Além disso, o Nubank também possui a sua própria criptomoeda, chamada de NuCoin, que integra a carteira de 13 milhões de pessoas. No entanto, a NuCoin não tem o propósito de servir como um investimento e sim como um “programa de fidelidade” para os investidores da plataforma, que ganham unidades de NuCoin a partir de suas operações. Ainda assim, a NuCoin protagonizou polêmicas em agosto deste ano após subir 2.000% e apresentar problemas técnicos.

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Banco do Brasil

Apesar de não oferecer o investimento direto em criptomoedas, o Banco do Brasil lançou em junho de 2022 o fundo BB Multimercado Criptoativos Full IE.

“Destinado a investidores qualificados, o novo fundo é mais uma alternativa disponibilizada pelo Banco do Brasil para aqueles investidores que buscam diversificar seus investimentos em estratégias inovadoras. Com gestão ativa, o BB Multimercado Criptoativos Full IE busca investir até 100% de seus recursos em ETFs e fundos de criptoativos internacionais”, disse o banco na época.

Além disso, o BB oferece desde o início do ano uma solução de pagamento de tributos com criptomoedas através de uma parceria com a BitFy.

Rodrigo Vasconcelos, diretor de negócios digitais do Banco do Brasil, disse em entrevista à EXAME que as iniciativas e expectativas do BB no momento estão direcionadas no Drex, moeda digital brasileira que é desenvolvida pelo Banco Central e pode ser lançada em 2024 após testes do projeto piloto.

“O BB investe no piloto do Drex junto ao Banco Central e em projetos e iniciativas experimentais baseados nas potencialidades da economia tokenizada. Existem infinitas possibilidades de casos de uso da tecnologia blockchain e que serão potencializadas com o início do Drex. No nosso Laboratório de Experimentação e Novas Tecnologias, o Lentes BB, já desenvolvemos alguns modelos e protótipos com uso de blockchain relacionados a eficiência operacional de processos e a novos serviços para produtores rurais, catalizando a nossa vocação e relevância para o agronegócio brasileiro”, disse Vasconcelos.

“Necessariamente, o desenvolvimento de novos modelos de negócios será feito de forma colaborativa e coordenada entre os diversos agentes do sistema financeiro e das indústrias intervenientes, em linha com a própria essência do blockchain. O BB sempre se baseia nas necessidades dos seus clientes para desenvolver soluções realmente úteis e relevantes. Evoluímos a cada dia o nosso ecossistema baseado em inovação aberta por meio do BB Ventures, nosso programa de Corporate Venture Capital, investindo e co-criando com startups capazes de acelerar nosso aprendizado e o desenvolvimento de novas soluções não só para os clientes BB, mas para toda a sociedade”, acrescentou o executivo.

Procurada, a assessoria do Bradesco não respondeu ao contato até a publicação desta matéria.

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