(Andriy Onufriyenko/Getty Images)
Em 2022, as criptomoedas passam por um mau momento ao passo que apresentam quedas significativas em todas as suas áreas. Em um cenário conhecido como “inverno cripto” entre investidores, a cotação dos principais ativos do setor chegou a cair mais de 80%. No entanto, este cenário de baixa pode estar em seus “estágios finais”, segundo estrategista sênior da Bloomberg Intelligence, Mike McGlone.
Em uma entrevista recente com Daniela Cambone, editora geral e âncora do Stansberry Research, uma editora de informações financeiras e software por assinatura, o especialista justificou sua opinião.
“As criptomoedas já subiram 80%, e você simplesmente não quer ficar muito pessimista quando algo está abaixo de 80%. Acho que estamos nos estágios finais desse mercado baixista de criptos, mas não vai ser fácil. Normalmente, os mercados não fazem apenas um fundo em V. Eles têm que tornar isso o mais difícil possível e a principal coisa que aprendi negociando em mercados, especialmente em mercados de baixa, é que eles vão fazer você perder o cabelo, eles vão tirar dinheiro de todo mundo e eles têm que ser voláteis e difíceis... Essa é a chave...”, explicou McGlone.
Além disso, o momento ruim não é exclusivo das criptomoedas, frisou o estrategista sênior. Com a maioria das classes de ativos de risco em queda, as criptomoedas podem ser as que irão se recuperar mais rápido.
“Lembre-se, este não é um inverno cripto. Este é um inverno de tudo, exceto por uma classe de ativos. Essas são mercadorias. As commodities precisam cair. Se não o fizerem, o Fed vai continuar apertando até que o façam, e para mim é assim que vejo as coisas”, acrescentou.
Apesar de ter demonstrado certa resiliência frente aos últimos acontecimentos negativos do universo cripto, o bitcoin pode continuar em queda livre enquanto o ether, a criptomoeda nativa da rede Ethereum, se destaca, segundo o estrategista sênior da Bloomberg Intelligence.
Durante uma entrevista à Cassandra Leah no programa Deep Dive, McGlone afirmou que o bitcoin ainda pode cair mais quase 40% em relação ao seu preço atual, de aproximadamente US$ 17 mil. Isso porque o ativo pode protagonizar uma crise como a que as ações de empresas de tecnologia viveram durante a chamada “bolha .com”.
“Bitcoin quebrou forte por um bom motivo. Acho que tem mais desvantagem… Antes de tudo vamos começar com otimismo. No quadro geral, ainda vejo o caso básico do bitcoin como um ativo/tecnologia nascente. Vai avançar com o tempo. Mas, enquanto isso, estamos naquele estágio de dor em comparação com as ações da Internet por volta de 2000, 2002”, disse o estrategista sênior.
“Pode atingir um piso muito bom em torno de US$ 10.000 a US$ 12.000. Isso é um suporte muito sólido. E então, eventualmente, em algum momento, ele sairá à frente e retomará essa trajetória ascendente”, acrescentou McGlone.
Por outro lado, o estrategista sênior da Bloomberg acredita que o ether pode se manter resistente à crise, já que estaria mostrando um forte suporte.
“Uma coisa que tenho observado, de perto, é o ether. Ether em torno de US$ 1.200, ainda está cerca de 12 vezes acima do final de 2019, que é um pouco antes do ataque do Covid-19. Então, vamos olhar para esse nível em torno de US$ 1.000 como um bom suporte sólido”, explicou.
Segundo o especialista, os impactos da falência da FTX, fato que abalou o mercado de criptomoedas negativamente nas últimas semanas, pode continuar gerando pressão vendedora e derrubando a cotação das principais criptomoedas.
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