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Redação Exame
Publicado em 2 de novembro de 2025 às 11h00.
O Brasil vive uma revolução financeira. O avanço do Pix, do Open Finance e das fintechs democratizou o acesso a serviços, mas também abriu espaço para crimes financeiros cada vez mais sofisticados. Embora regras de prevenção à fraude sempre tenham existido, o lançamento do Pix em 2020 evidenciou a urgência de fortalecê-las.
Desde então, o Banco Central do Brasil (BCB) emitiu novas normas — entre elas, a que obriga instituições a recusarem pagamentos para contas com “fortes indícios de envolvimento em fraude”.
Com a multiplicação das instituições supervisionadas e recursos humanos limitados, o BCB enfrenta uma dupla pressão: conter o avanço dos golpes — especialmente com contas “laranjas” — e lidar com uma expansão regulatória sem precedentes. O modelo tradicional de auditoria retroativa já não é sustentável.
A tecnologia blockchain (DLT) surge como aliada estratégica: permite supervisão em tempo real, registros imutáveis e operações seguras. Entre 2021 e 2024, o número de instituições supervisionadas cresceu 12,5%, incluindo bancos, instituições de pagamento e empresas cripto — cenário que exige tecnologia para garantir estabilidade.
Com sua estrutura descentralizada e criptograficamente protegida, a blockchain elimina pontos únicos de falha e assegura integridade dos dados. Cada transação se torna um bloco imutável, reduzindo drasticamente o risco de adulteração.
Além disso, a rastreabilidade em tempo real dá aos reguladores visibilidade contínua dos fluxos financeiros, facilitando a detecção de padrões suspeitos e simplificando o cumprimento de normas de AML e KYC. Contratos inteligentes automatizam o cumprimento de regras, liberando recursos apenas quando condições como verificação de identidade são atendidas.
A tecnologia também reforça a verificação de identidade por meio de identidades digitais descentralizadas, que devolvem ao usuário o controle sobre suas credenciais verificadas e dificultam contas falsas ou invasões. Combinada à IA e aprendizado de máquina, a blockchain cria uma base de dados inviolável para detectar anomalias e prevenir fraudes de forma proativa.
No BCB, o blockchain já é realidade. O projeto PIER (Plataforma de Integração de Informações das Entidades Reguladoras) usa uma DLT privada e permissionada para compartilhar dados de autorização entre BCB, CVM e Susep. O sistema descentraliza e criptografa o intercâmbio de informações, tornando-o mais ágil, seguro e auditável.
A arquitetura do PIER demonstra como a DLT pode aprimorar fluxos regulatórios com segurança.
Se ampliada para monitoramento prudencial, relatórios de AML ou coordenação internacional, pode fortalecer a interoperabilidade, a auditabilidade e a resiliência do sistema financeiro.
A adoção da DLT pelo BCB é uma resposta estratégica a um desafio sem precedentes. Por meio da blockchain, o Banco Central moderniza a supervisão, aumenta a eficiência e estabelece um novo padrão global de estabilidade e controle antifraude.
A mensagem é clara: adaptar-se a esse novo patamar de segurança não é mais opcional. Instituições que investirem em soluções auditáveis baseadas em DLT garantirão competitividade e credibilidade na nova economia digital brasileira.