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Bitcoin vai manter alta em 2025? Mercado mostra otimismo, com Trump e institucionais como incógnitas

Maior criptomoeda do mundo entrou em novo ciclo de alta em 2024, bateu sequência de recordes até superar os US$ 100 mil e valorizou mais de 140%

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 26 de dezembro de 2024 às 16h00.

Última atualização em 26 de dezembro de 2024 às 16h16.

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O bitcoin teve um desempenho em 2024 de dar inveja ao mercado. Depois de entrar em um novo ciclo de alta, a criptomoeda termina o ano com valorização de mais de 140% e sequência de recordes consecutivos até superar os US$ 100 mil, firmando uma nova máxima histórica em US$ 108 mil. Mas o que esperar do ativo em 2025?

À EXAME, representantes de algumas das principais empresas do mercado cripto brasileiro compartilham um otimismo sobre o futuro da criptomoeda. A tendência, avaliam, é que o movimento de alta continue nos próximos meses, com novos recordes.

Para isso, porém, o ativo precisará superar algumas incógnitas, indo desde o futuro do novo governo de Donald Trump até o seu processo de adoção por investidores institucionais.

Enquanto isso, gestoras como o Bernstein e a Bitwise e o banco Standard Chartered, que previram a alta até os US$ 100 mil em 2024, afirmam que a criptomoeda tem potencial para dobrar de preço novamente em 2025 e chegar nos US$ 200 mil.

Para onde vai o bitcoin?

Glauco Cavalcanti, fundador da BLP Crypto, avalia que "é difícil ver um inverno cripto" no curto prazo, se referindo ao mercado de baixa para as criptomoedas. A tendência, avalia, é que a volatilidade do bitcoin diminua cada vez mais, sem grandes catalisadores negativos de preço.

"Não é que não vai cair dos US$ 100 mil, mas acontecimentos que levariam para US$ 50 mil, US$ 30 mil, são difíceis. E se isso não ocorrer, vai ter que subir mais devagar agora, porque está nos US$ 100 mil. A conclusão é que a volatilidade vai cair", explica.

O gestor avalia que a criptomoeda tem potencial para chegar nos US$ 110 mil ou US$ 130 mil com facilidade, mas "ele não deve dobrar de preço. É um ativo que perdeu esse momento, de sempre ficar dobrando de preço". Cavalcanti avalia que a criação de reservas de bitcoin ao redor do mundo, por exemplo, ainda não deve ocorrer em 2025, limitando o potencial de alta.

Ao mesmo tempo, um catalisador positivo potencial é o grupo de ETFs nos Estados Unidos. A tendência é que os fluxos de investimento consigam dobrar ou até triplicar em relação a 2024, em especial com a possibilidade de entrada de mais investidores institucionais. Nesse caso, o ativo teria uma mudança de cenário, podendo subir ainda mais.

Guilherme Sacamone, country manager da OKX Brasil, avalia que "o bitcoin deve continuar sendo um dos protagonistas" do mercado cripto em 2025.

"Depois do halving de 2024, existe uma expectativa de valorização, como já aconteceu em outros ciclos. Com o mercado mais maduro, maior aceitação e novas regras proporcionando clareza, o cenário é otimista para a principal criptomoeda, que tem se consolidado como alternativa protegida contra a inflação, além de uma forma cada vez mais segura de investimento", comenta.

Fábio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas, compartilha de uma visão semelhante: "Acreditamos que há potencial para mais ganhos em 2025. Entre os fatores financeiros que corroboram nossa crença estão o aumento da oferta de moeda na economia dos EUA e os cortes contínuos nas taxas de juro pelo Fed, o que pode impactar positivamente o setor".

"Além disso, o mercado tem visto que os investidores estão buscando novas e distintas fontes de risco e retorno fora de ações e títulos, um cenário em que os ETFs de bitcoin se destacam. No campo regulatório, o bitcoin certamente se beneficiará de uma provável administração pró-cripto nos EUA, com diálogo direto entre governo, reguladores e empresas, além da definição de regras mais claras e amigáveis", pontua.

Já Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin, acredita que, os US$ 100 mil superados, o ativo tem um futuro em 2025 de "expansão e fortalecimento. O ativo caminha para se tornar uma peça ainda mais central no mercado financeiro global, impulsionado por fatores estruturais e pelo ambiente político favorável".

Rabelo acredita que o primeiro trimestre do próximo ano será "decisivo para consolidar o bitcoin e outros criptoativos em novos patamares. A confiança dos investidores deve ser reforçada pelas primeiras ações do governo Trump e da nova liderança da SEC, especialmente se barreiras regulatórias forem removidas rapidamente. Um mercado menos dependente de especulação e mais ancorado em fundamentos concretos está cada vez mais próximo".

Para Theodoro Fleury gestor e diretor de investimentos da QR Asset, o ano de 2025 deverá ser de "ganhos", com indicadores mostrando que "não há sinais de superaquecimento do mercado".

"O bitcoin segue em tendência de alta ainda sem exageros. No front político, 2025 será o primeiro ano do mandato de Donald Trump que, ao que tudo indica, deve ser o governo mais pro-cripto da  história. Por fim, ao contrário do que muitos esperam, em 2025 os fluxos para os ETFs de bitcoin devem aumentar e muito", comenta.

Na visão do gestor, "diversos segmentos da indústria financeira americana, como os financial advisors, mal começaram a alocar seus clientes nesses ETFs. Bancos com operações robustas de gestão de patrimônio também ainda estão em trâmites de compliance para poder alocar nos ativos, e tudo indica que esse fluxo virá em 2025", beneficiando a criptomoeda.

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