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Bitcoin tem nova queda e retorna aos US$ 60 mil em meio a incertezas no mercado

Maior criptomoeda do mercado chegou a recuperar parte das perdas no início desta semana, mas incertezas ainda prejudicam o ativo

Bitcoin voltou a cair com incerteza no mercado (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin voltou a cair com incerteza no mercado (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 3 de julho de 2024 às 12h23.

Última atualização em 3 de julho de 2024 às 16h00.

O bitcoin voltou a cair nesta quarta-feira, 3, após ensaiar uma recuperação parcial de preço no início desta semana. Dados da plataforma CoinGecko apontam que a maior criptomoeda do mundo acumula queda de 2,9% nas últimas 24 horas, voltando a operar em um patamar de US$ 60 mil em meio a uma tendência de queda.

O desempenho negativo da criptomoeda também impacta o restante do mercado cripto, que acumula queda de 3,5% no mesmo período. Já o ether, segunda maior cripto do mundo, acumula perdas de 3%, cotado a US$ 3.307. Entre as 100 maiores criptos do mercado, as maiores quedas são de ativos ligados à rede Ethereum e as chamadas criptomoedas meme.

Fernando Pereira, gerente de conteúdo da Bitget, destaca que "durante a madrugada, o bitcoin rompeu uma bandeira de baixa, um padrão que indica a continuidade da queda. O principal alvo desse movimento é a base da bandeira, ou seja, o último fundo, localizado em US$ 58,4 mil. Esse rompimento sugere que podemos observar uma continuidade na tendência de queda, com o preço possivelmente atingindo ou até mesmo ultrapassando esse nível de suporte".

Em geral, o ativo tem sido prejudicado por diversas incertezas no mercado. Uma delas é a expectativa em torno do início dos reembolsos pela corretora falida de criptomoedas Mt. Gox, que chegou a ser a maior do mundo até quebrar em 2014. A exchange anunciou que vai iniciar os pagamentos dos seus antigos clientes ainda neste mês.

Ao todo, investidores que usavam o sistema da exchange receberão cerca de US$ 9 bilhões (mais de R$ 45 bilhões, na cotação atual) em bitcoin, um volume que gera temor no mercado pelo impacto no preço do ativo. Caso os clientes vendessem a criptomoeda para realizar lucros, o aumento repentino de oferta poderia derrubar o preço, e o mercado tem se antecipado a essa possibilidade.

Além disso, investidores também acompanham o futuro da política monetária dos Estados Unidos. Nesta semana, o presidente do Federal Reserve Jerome Powell afirmou que o país tem sido bem-sucedido no combate à inflação, mas destacou que possíveis cortes na taxa de juros do país neste momento poderiam prejudicar esses avanços.

O mercado aguarda ansiosamente os cortes, que tendem a liberar capital e atrair investimentos para ativos mais arriscados, caso das criptomoedas. Entretanto, o Fed tem dado poucos sinais sobre quando, exatamente, esses cortes ocorrerão, aumentando o pessimismo e a aversão a riscos entre os investidores.

João Galhardo, analista da Mynt, plataforma cripto do BTG Pactual, avalia que há uma "desaceleração no mercado de criptoativos, com uma queda de aproximadamente US$ 105 bilhões na capitalização total do mercado desde a última segunda-feira. A queda parece refletir uma uma diminuição do apetite ao risco entre os investidores, que aguardam novos indicadores macroeconômicos e uma postura mais definida" do Fed.

"Com a atenção voltada para os próximos movimentos do mercado, a iminente listagem dos ETFs de ether à vista, já aprovados pela SEC, surge como um evento crucial. Embora ainda não haja uma data confirmada, fontes da Bloomberg sugerem que a aprovação pode ser anunciada ainda esta semana. Após a listagem, será essencial monitorar os movimentos de saída de capitais do ETHE, o ETF da Grayscale", diz.

"Dependendo da intensidade desses saques, poderemos observar um impacto direto no preço do ether. Um cenário de saques intensos pode pressionar os preços para baixo, enquanto saques moderados podem ser interpretados como um sinal de pressão vendedora reduzida, potencialmente estimulando compras e elevando os preços", explica o analista.

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