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Bitcoin tem correlação recorde com ouro e mira posição de "porto seguro", diz Bank of America

A maior criptomoeda do mundo pode abandonar volatilidade e status de ativo de risco para se tornar um refúgio contra possíveis recessões, apontam analistas do Bank of America

Bitcoin pode se tornar ativo de refúgio em breve (Sawitree Pamee / EyeEm/Getty Images)

Bitcoin pode se tornar ativo de refúgio em breve (Sawitree Pamee / EyeEm/Getty Images)

A correlação entre o ouro e o bitcoin atingiu a maior proximidade do ano no último mês de setembro. De acordo com analistas do Bank of America, a recente atividade do mercado pode fazer com que os investidores voltem a enxergar no bitcoin um “porto seguro” contra possíveis recessões econômicas.

Segundo dados divulgados pela plataforma de análise de criptoativos Kaiko no último dia 3 de outubro, a correlação entre o ouro e o bitcoin atingiu sua máxima considerando os 12 meses anteriores ao mês de setembro de 2022.

Por isso, Alkesh Shah e Andrew Moss, analistas do Bank of America Securities, afirmam em um relatório recente da instituição que o bitcoin poderá ser utilizado como uma proteção contra incertezas do mercado.

Ou seja, a maior criptomoeda do mundo poderá abandonar a volatilidade e o status de ativo de risco para se tornar um ativo de refúgio, como são conhecidos os ativos que atuam na proteção de patrimônio. O ouro é o maior representante desta classe atualmente.

Ativos deste tipo devem proteger portfólios durante desacelerações econômicas e possíveis recessões, por exemplo, e não podem estar correlacionados com a economia em geral.

(Mynt/Divulgação)

Além da correlação do bitcoin com o ouro, a principal criptomoeda também estaria correlacionada ao mercado de ações. Em 13 de setembro, segundo dados do Bank of America, a correlação do bitcoin com os índices S&P500 e Nasdaq 100 atingiu uma nova máxima histórica, embora tenha diminuído desde então.

Na última semana, novos dados mostraram que o bitcoin agora é menos volátil do que o S&P 500 e o Nasdaq pela primeira vez desde 2020.

“Uma correlação positiva em desaceleração com S&P500/Nasdaq 100 e uma correlação em rápido aumento com ouro indicam que os investidores podem ver o bitcoin como um porto seguro relativo à medida que a incerteza macro continua e um fundo de mercado ainda está para ser visto”, afirmaram os analistas Alkesh Shah e Andrew Moss, do Bank of America Securities.

O bitcoin é o ouro digital?

A relação entre o bitcoin e o ouro, maior representante dos ativos de refúgio, é historicamente utilizada como uma forma de medir a confiança de investidores no ativo como uma reserva de valor.

Embora especialistas ainda discordem sobre o tema, muitos no setor cripto acreditam no potencial do bitcoin em ser uma reserva de valor digital que se adeque às necessidades do investidor do futuro.

“Nenhum ativo vira uma reserva de valor de uma hora para a outra. Esse é um processo que leva tempo e depende de várias coisas, inclusive do contexto histórico do momento”, disse André Portilho, head de ativos digitais do BTG Pactual.

Segundo o especialista, responsável por coordenar a entrada do maior banco de investimentos da América Latina no setor de criptoativos, um ativo precisa ter cinco características para se tornar uma reserva de valor: escassez, estabilidade, durabilidade, segurança e portabilidade.

“Hoje, o bitcoin não é uma reserva de valor. Mas possui características para que possa vir a ser uma no futuro”, disse Portilho, em uma edição de sua coluna para o Future of Money, o Crypto Insights.

“O ouro virou uma reserva de valor em um mundo analógico. O mundo que vivemos hoje já é em grande parte digital. Ter uma reserva de valor também digital é um processo que vai acontecer de uma forma ou outra, e o bitcoin tem tudo para ocupar esse espaço. Uma reserva de valor digital, global e sem fronteiras”, concluiu o executivo, que atualmente lidera a Mynt, plataforma focada em criptoativos que oferece a negociação de bitcoin, ether, solana, polygon, chainlink, cardano, polkadot e USDC.

O levantamento da Kaiko, plataforma de análise de criptoativos, pontua ainda que o momento de hiperinflação e risco de recessão econômica mundial afetou negativamente a maioria dos ativos, incluindo o ouro.

"Apesar da inflação permanecer persistentemente alta, o ouro não atuou como um ativo de refúgio, ou seja, um ativo que se espera que retenha ou ganhe valor durante os períodos de desaceleração econômica", avalia o levantamento.

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