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Especialista em criptoativos
Publicado em 11 de maio de 2025 às 12h00.
O mercado cripto, enfim, respirou aliviado esta semana. O bitcoin ultrapassou a barreira psicológica dos US$ 100 mil — algo que não acontecia há três meses — e agora mira uma possível máxima histórica. A pergunta que fica: será que chegou o momento de realizar lucro?
Antes de responder, vamos entender um pouco do contexto atual.
Uma das principais evidências de que o apetite por risco voltou está no Índice de Medo e Ganância, que mensura o humor dos investidores.
A métrica se estabelece na zona de “ganância”, mostrando que os investidores estão, progressivamente, deixando para trás a onda de medo que dominou o mercado no mês passado.
O avanço no sentimento tende a atrair mais capital e deixar a criptoesfera mais dinâmica (Crypto Fear & Greed Index: Coinglass).
Neste cenário, não só o bitcoin ganhou um impulso, mas principalmente o ether, que surpreendeu com uma alta de 30% nos últimos 7 dias — saltando 20% só nas últimas 24 horas.
Enquanto o bitcoin flerta com um novo ATH (All-Time High), o ether ainda opera cerca de 50% abaixo do pico de 2024 — um ponto positivo, pois há espaço para valorização neste ciclo. A esperada atualização Pectra na rede principal da Ethereum foi executada com sucesso na quarta (7), ajudando a resgatar a confiança dos investidores após um período de crise no projeto.
O novo fôlego das duas criptos de maior marketcap tem como um dos grandes motores a perspectiva de avanço nas negociações comerciais entre China e EUA. Neste fim de semana, todos os olhares estão voltados para a Suíça, onde autoridades dos dois países se encontram para discutir as tarifas — um passo que pode aliviar as tensões e reduzir custos na cadeia produtiva, pavimentando um cenário ainda mais favorável para o mercado.
Outro destaque foi a decisão do Fed de manter a taxa de juros entre 4,25% e 4,5%. Em seu discurso, o presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, mencionou o aumento da incerteza econômica e dos riscos inflacionários, descartando, por ora, qualquer intenção de corte nas taxas.
O efeito disso? Ainda teremos um ambiente de liquidez limitada e juros altos por mais um tempo.
O mercado inicialmente apostava em um corte já em junho, mas as atenções se redirecionaram para julho (ainda que a probabilidade tenha recuado de quase 100% para 70%). Na minha visão, caso a redução realmente se confirme no próximo mês, teremos todos os ingredientes para um rali cripto sustentado.
Em um cenário mais conservador, parte do mercado ainda projeta o corte apenas para setembro. Nesse caso, o movimento pode ser mais agressivo, como sugerem os analistas do ING, que preveem uma redução mais significativa nas taxas.
Com a entrada de liquidez do mercado, decorrente da queda nos juros, o dinheiro que antes ficava “parado” em aplicações de renda fixa começa a fluir em direção a ativos mais arriscados, como as criptos.
A redução do custo de capital torna menos interessantes investimentos conservadores e estimula os investidores a buscar maiores retornos. Ou seja: cada ponto percentual a menos na taxa básica libera recursos antes atrelados a títulos de baixo risco.
Com a renda fixa oferecendo rentabilidades mais modestas, o potencial de ganhos exponenciais na criptoesfera se torna ainda mais atraente.
Por isso, mesmo que o corte só venha em julho ou até setembro, os investidores começam a ajustar suas carteiras meses antes, pressionando os preços das criptomoedas para cima — criando um terreno fértil para ralis.
Já estamos testemunhando um pouco mais de liquidez entrando na economia. Prova disso é que não só bitcoin e ether, mas também muitas altcoins voltaram a registrar ganhos relevantes, com valorizações de mais de 10%, 20% e até 30% nos últimos 7 dias.
Por enquanto, a dominância do bitcoin segue alta, no patamar dos 64%. Historicamente, as altcoins [criptomoedas alternativas] começam a ver uma cascata de valorizações quando a dominância do bitcoin cai, sinalizando que o capital está sendo redistribuído para os projetos de menor capitalização.
Por exemplo, durante o bull market de 2017, a dominância da moeda caiu de mais de 60% para abaixo dos 40% à medida que as altcoins dispararam. Já no ciclo de alta de 2021, ela recuou de cerca de 70% para aproximadamente 40% durante o auge da movimentação nas altcoins.
Essa dinâmica surge porque, com a confiança renovada no mercado, as pessoas buscam oportunidades de crescimento mais expressivo — e, muitas vezes, mais arriscado — em ativos que ainda não atingiram seus picos históricos.
Com o impulso do bitcoin, muitos me perguntaram se já está na hora de realizar um pouco de lucro.
Se a sequência de valorização se sustentar, ao que tudo indica, acredito que existem dois pontos interessantes para fazer vendas parciais: nos US$ 106 mil e, depois, lá pelos US$ 120 mil e US$ 130 mil.
Realizar lucros é uma habilidade que você precisa desenvolver — se não quiser deixar seus ganhos à mercê da volatilidade, perder oportunidades de reinvestimento ou ficar refém de oscilações repentinas.
O que fazer? Principais orientações:
Por fim, não deixe de diversificar o portfólio. Assim, você reduz o impacto de quedas bruscas em um ou dois ativos e mantém sua carteira mais equilibrada ao longo do tempo.
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