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Bitcoin sobe para US$ 24 mil e criptos recuperam perdas após Fed anunciar ajuda para bancos nos EUA

Dados da macroeconomia americana e crise bancária geraram alta volatilidade para as criptomoedas, que respiram aliviadas após anúncio de que o banco central irá fornecer linha de crédito para credores de bancos quebrados

Bitcoin volta a subir após anúncio do Fed sobre crise bancária nos EUA (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin volta a subir após anúncio do Fed sobre crise bancária nos EUA (Reprodução/Reprodução)

Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 13 de março de 2023 às 13h51.

Última atualização em 13 de março de 2023 às 14h13.

Após uma semana agitada, o otimismo retorna para o mercado de criptomoedas nesta segunda-feira, 13. Movimentando US$ 176 bilhões nas últimas 24 horas, as criptomoedas voltam a ter capitalização de US$ 1,1 trilhão e o bitcoin, principal delas, sobe 18% no mesmo período, de acordo com dados do CoinGecko.

Cotado a US$ 24.065 no momento, o bitcoin já recupera parte das perdas da última semana, quando a principal cripto apagou metade dos ganhos de 2023.

Já o ether, criptomoeda nativa da rede Ethereum, é cotado a US$ 1.662, subindo 12,7% nas últimas 24 horas. Entre as principais criptos por valor de mercado, todas elas apresentaram alta no mesmo período.

Em 49 pontos, o Índice de Medo e Ganância, utilizado para medir o sentimento do mercado cripto, sinaliza posicionamento “neutro” por parte de investidores nesta segunda-feira, 13, após ter despencado para “medo” em 33 pontos durante o final de semana.

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O otimismo retorna para o mercado após o Federal Reserve, banco central americano, ter realizado uma reunião extraordinária no domingo para debater a crise bancária nos Estados Unidos.

Na última semana, vários bancos menores quebraram no país, incluindo o Silvergate e o Silicon Valley, que possuíam relações próximas com o mercado de criptomoedas e startups.

“Quando observamos o sistema bancário dos EUA como um todo, temos uma grande quantidade de bancos regionais e menores. Atualmente esses bancos detém cerca de 33% dos depósitos totais e os outros 67% estão em grandes bancos, como Citi, JPMorgan e Bank of America. O principal negócio dos bancos regionais é emprestar para pessoas físicas e empresas. Com a alta de juros dos EUA nos últimos meses, o negócio de vários desses bancos acabou sendo prejudicado, impactando o seu resultado e os colocando à beira da insolvência”, explicaram os analistas da Mynt, plataforma cripto do BTG Pactual, em um relatório disponibilizado recentemente em seu aplicativo sobre o caso.

“Logo, quando um ou mais desses bancos regionais quebram e a notícia se espalha, é natural que o medo tome conta do mercado e que haja uma corrida bancária generalizada, na qual investidores sacam dinheiro dos bancos menores para se proteger de um risco sistêmico e acabam depositando esses fundos em bancos maiores”, acrescentaram.

O Federal Reserve anunciou que irá garantir que todos os depositantes do Silicon Valley Bank, incluindo a Circle, empresa por trás da criptomoeda estável USDC, poderão reaver seus fundos integralmente. Durante o final de semana, a USDC, pareada com o dólar, passou por turbulências em razão do medo por parte de investidores de que o projeto pudesse ruir após o encerramento de atividades do Silicon Valley Bank.

A USDC perdeu a paridade com o dólar por um período até a decisão do Fed. Além disso, a Circle veio a público revelar que apenas 8% de suas reservas estavam depositadas no Silicon Valley Bank.

“Quando observamos a queda do Silvergate e, posteriormente, a queda do SVB, na verdade temos as primeiras consequências indiretas de uma política monetária mais contracionista por parte do Fed. A ação do Fed garantiu a liquidez para o sistema, mas não resolveu o problema do balanço dos bancos e de toda a alavancagem que existe no sistema financeiro”, comentaram os analistas da Mynt.

Depois do estouro da crise bancária nos Estados Unidos, o cenário mudou de figura e apresenta novos desafios para a autarquia, que havia sinalizado que poderia voltar a realizar aumentos agressivos na taxa de juros no país. Os aumentos na taxa de juros dos EUA estiveram entre os principais fatores que contruibuíram para a queda na cotação das principais criptomoedas e outros ativos de risco em 2022.

“Devido a necessidade do sistema financeiro por liquidez, é provável que o Fed não continue com a sua política monetária contracionista. O mercado que precificava um aumento na taxa de juros de 0,5% para a próxima reunião já mudou as projeções para 0 ou 0,25% de aumento”, concluíram os analistas da Mynt.

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