Bitcoin e ether, as duas maiores criptomoedas do mundo (Yuriko Nakao/Getty Images)
Nesta terça-feira, 4, o mercado de criptomoedas dá sinais de recuperação. Movimentando US$ 58 bilhões, a nova classe de ativos ganha 3,7% em capitalização, de acordo com dados do CoinGecko. O aumento faz com que as criptomoedas voltem para o patamar de US$ 1 trilhão, na sequência de dados positivos sobre a economia americana.
Os dados de produção industrial nos EUA (PMI), por exemplo, vieram menores do que o esperado por especialistas. Segundo Ayron Ferreira, analista chefe da Titanium Asset Management, isso pode ser positivo, já que sinaliza um possível recuo da inflação recorde no país.
Neste caso, os dados também podem indicar que o Federal Reserve, banco central dos EUA, sinta uma necessidade menor de realizar novos aumentos na taxa de juros.
Em 2022, aumentos agressivos foram realizados pela instituição com o objetivo de conter a inflação. Historicamente, tais medidas se apresentaram como negativas para ativos de risco como criptomoedas e ações. Ou seja, um cenário contrário pode vir a beneficiar a cotação de ativos como o bitcoin e ether.
Cotado a US$ 20.197, o bitcoin sobe 5% nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinGecko. Já o ether, criptomoeda nativa da rede Ethereum, é cotado a US$ 1.359, subindo 4,2% no mesmo período.
As principais criptomoedas seguem em correlação com os mercados tradicionais. Nesta terça-feira, os índices Nasdaq, S&P 500 e Dow Jones sobem 3,2%, 2,8% e 2,5%, respectivamente, de acordo com dados do Yahoo Finance.
A principal criptomoeda também continua apresentando performance superior à de moedas fiduciárias como a libra esterlina e o euro, apontou Ayron Ferreira.
“Algo muito interessante visto nos últimos dias é a resiliência do preço do bitcoin que, perante às principais moedas mundiais, como a libra esterlina e o euro, tem apresentado a melhor performance, em meio à um forte momento de stress para o mercado de câmbio. Perante ao ouro a performance do bitcoin também é melhor”, disse o analista chefe da Titanium Asset Management.
Depois de ter passado por um mês conhecido como “setembro vermelho” com quedas pouco significativas, o bitcoin pode ter uma recuperação em outubro, mês historicamente positivo para a criptomoeda.
No entanto, no médio a longo prazo, o ativo pode precisar de sinais mais fortes para uma reversão, segundo Ayron Ferreira. Nesta terça-feira, o Índice de Medo e Ganância, que mede o sentimento do mercado cripto, continua sinalizando “medo extremo” em 20 pontos.
“Parece haver espaço para uma recuperação maior para os ativos de risco, especialmente se os dados de payroll e de inflação deste mês virem abaixo do esperado. Porém, em um prazo maior, a tendência ainda é de queda e precisaria de sinais mais fortes para uma reversão”, afirmou Ayron Ferreira.
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