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Deutsche Bank: banco acredita que bitcoin pode entrar em reservas de bancos centrais (Kai Pfaffenbach/Reuters)
Editor do Future of Money
Publicado em 24 de setembro de 2025 às 11h15.
O Deutsche Bank divulgou um relatório na última terça-feira, 23, em que afirma que o bitcoin tem potencial para entrar nas reservas de bancos centrais ao redor do mundo até o ano de 2030. Para o banco alemão, a tendência é de uma "coexistência" entre a criptomoeda e o ouro, conforme o dólar mantém sua liderança mas perde espaço nas reservas.
A avaliação do Deutsche Bank é que o grupo de ativos tradicionais de reservas bancárias está em uma "encruzilhada", com dúvidas sobre o potencial das moedas fiduciárias cumprirem esse papel. Nesse sentido, "2025 tem se mostrado um excelente ano para a demanda por ouro e por bitcoin".
"Esta dinâmica de mercado em evolução levanta uma questão crítica: como será a composição das reservas de bancos centrais até 2030, à medida que a participação do dólar americano nas reservas de bancos centrais continua diminuindo?", questiona o banco.
O Deutsche Bank ressalta que o ouro deve manter sua posição de "queridinho" dos bancos centrais devido às suas características enquanto ativo escasso. Ao mesmo tempo, "a alta inflação, a instabilidade geopolítica e a independência do dólar, combinadas com os esforços de regulamentação pró-criptomoedas, fazem com que as autoridades reavaliem cada vez mais a composição de suas reservas".
O relatório também não descarta que a criação de uma reserva de bitcoin pelos Estados Unidos sirva como um movimento pioneiro que gere uma onda de adoção da criptomoeda em diversos países. Ele ressalta que o próprio ouro teve uma trajetória semelhante ao se tornar um ativo de reserva bancária.
Por isso, o banco acredita que a criptomoeda está "seguindo os passos do ouro", com uma tendência de redução de volatilidade e características de escassez, alta liquidez e correlação limitada com ativos tradicionais. O conjunto permitiria transformar a moeda digital em um ativo de reserva.
Segundo o Deutsche Welle, a tendência é de uma "desdolarização" das reservas de bancos centrais. Nesse cenário, o bitcoin pode acabar substituindo parte das reservas de dólar, e não do ouro. Ao mesmo tempo, o banco pontua que a criptomoeda ainda é vista pela maioria do mercado como um ativo especulativo, algo que precisará ser superado para a sua adoção.
O banco ressalta que, no momento, a criptomoeda e o ouro apresentam características complementares, sem um substituir o outro, o que pode incentivar a adoção do ativo digital. Porém, no curto prazo, o dólar ainda deve ser o ativo de reserva mais usado pelos bancos centrais.
"O bitcoin e o ouro continuarão a coexistir no médio prazo, com o ouro mantendo sua liderança em reservas oficiais e o bitcoin expandindo em reservas privadas e alternativas. A questão importante é por quanto tempo mais o ouro manterá seu status de primeira classe, enquanto as autoridades buscam moedas alternativas para reforçar suas reservas", avaliam.
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