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Bitcoin "perde" 10 mil milionários e total de investidores no prejuízo chega a 38%

Métricas mostram impacto real da queda no preço do bitcoin em 2022, mas outros dados apontam que o futuro da criptomoeda ainda pode ser promissor

Número de milionários do bitcoin encolheu 15% em 2022 (peshkov/Getty Images)

Número de milionários do bitcoin encolheu 15% em 2022 (peshkov/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 31 de maio de 2022 às 16h03.

Última atualização em 31 de maio de 2022 às 17h12.

A queda no mercado de criptoativos em 2022 pode ter dado uma esfriada, com o bitcoin e o ether — as duas maiores criptomoedas do mundo — vendo o seu preço relativamente estável nas últimas semanas e até uma ameaça de recuperação nos últimos dias. Mas, mesmo sem grandes sustos recentes, os impactos da baixa ainda são visíveis — e o número de "milionários do bitcoin" é uma mostra disso.

No início do ano, segundo dados do site de monitoramento Bit Info Charts divulgados pelo Livecoins, eram 87.344 carteiras com pelo menos US$ 1 milhão (R$ 4,7 milhões) em bitcoin. Hoje, cinco meses depois, o número caiu exatos 15%, para 74.170, o que significa que 13.174 carteiras deixaram de ser milionárias em 2022.

O número, claro, é um pouco subjetivo, já que uma mesma pessoa pode ter diversas carteiras e, assim, não necessariamente todos os mais de 13 mil endereços que deixaram de ser milionários perderam realmente esse posto, já que podem ter dividido seu patrimônio em mais de uma carteira. Alguns deles também podem ter vendido parte de suas posições, realizando lucros e colocando dinheiro no bolso.

Mesmo assim, é indiscutível o fato de que muitos dos endereços que deixaram de ser milionários de fato passaram a ter valor menor, já que a principal criptomoeda do mundo já caiu mais de 30% no ano e cerca de 52% desde a máxima de novembro de 2021.

Total de carteiras de bitcoin no lucro (Glassnode/Reprodução)

A queda do mercado cripto no ano também derrubou o total de investidores de bitcoin que estão no lucro (imagem acima). Quando atingiu seu maior preço da história no final do ano passado, o valor, claro, era de 100%. Atualmente, é de 62%, ou seja, 38% das pessoas que possuem bitcoin o compraram por um preço maior do que ele vale hoje, segundo dados da Glassnode.

A perda, entretanto, é "virtual" e só se torna um prejuízo real se o investidor decidir vender o ativo a um preço menor do que pagou. Considerando que o preço do bitcoin ainda pode subir, o que hoje é prejuízo pode se tornar lucro de uma hora para outra.

Mesmo assim, os dados confirmam que o momento não é positivo para o mercado, apesar da alta no preço do bitcoin nos últimos dias, que levou o ativo para cima de US$ 32 mil, o maior valor desde o início de maio, quando o colapso do blockchain Terra e suas criptomoedas UST e Luna provocaram um forte movimento vendedor no mercado cripto.

Mas nem tudo são más notícias para os investidores. Além da recuperação no preço neste início de semana, outras métricas apontam para um futuro um pouco mais otimista para os participantes do mercado cripto.

Uma delas é o número de endereços acumulando bitcoin nunca esteve tão alto na história. Segundo a Glassnode, esses endereços receberam pelo menos duas transferências e nunca gastaram nenhum valor, descartadas as carteiras de corretoras e aquelas inativas há mais de sete anos. Hoje, são 634.272 carteiras acumulando bitcoins, enquanto no início do ano eram cerca de 535 mil e, na máxima de novembro de 2021, 524 mil.

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