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"Bitcoin não vai entrar nas reservas de bancos centrais", diz Christine Lagarde

Presidente do Banco Central Europeu afirmou que bitcoin não possui os requisitos necessários para ser usado como ativo de reserva

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 11h59.

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Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), afirmou na última quinta-feira, 30, que não acredita que o bitcoin será adotado como um ativo de reserva por bancos centrais. Na visão da líder da política monetária europeia, a criptomoeda não tem as características necessárias para assumir esse papel.

Durante uma coletiva de imprensa na Alemanha, Lagarde disse que a volatilidade da criptomoeda e o seu uso por criminosos em atividades financeiras ilícitas tornam o ativo "inapropriado" para assumir um papel de ativo de reserva por bancos centrais ao redor do mundo.

"Existe uma visão no conselho de governança[dos bancos centrais] de que as reservas precisam ser líquidas, de que as reservas precisam ter uma garantia, de que elas têm que ser seguras. Eu estou confiante de que o bitcoin não entrará nas reservas de qualquer banco central", destacou.

A análise de Lagarde fez referência aos bancos centrais que integram a zona do euro e participam do conselho de governança do BCE, que reúne os presidentes dos bancos centrais de cada país. Entretanto, o ceticismo de Lagarde contrastou com o otimismo de um desses presidentes.

Um dia antes da fala de Lagarde, Aleš Michl, presidente do Banco Nacional da República Tcheca, disse que a autarquia está cogitando usar o bitcoin como um ativo de reserva. A diretoria do banco central aprovou uma proposta para iniciar estudos sobre essa possibilidade.

Segundo Michl, a proposta pode resultar na compra de bilhões em dólares na criptomoeda caso seja efetivamente implementada. Pelo plano, o Banco Nacional da República Tcheca poderia investir até US$ 146 bilhões (R$ 861 bilhões, na cotação atual) em bitcoin.

Apesar de reconhecer a volatilidade do bitcoin, ele destacou o crescente interesse de investidores institucionais e de grandes gestoras, como a BlackRock, após o lançamento de ETFs da criptomoeda. Ele também citou a proposta de Donald Trump de criar uma reserva do ativo nos Estados Unidos.

“Para a diversificação de nossos ativos, o bitcoin parece bom. Esses caras [Trump e sua equipe] agora podem criar uma espécie de bolha para o bitcoin, mas acho que a tendência seria um aumento sem eles também, porque é uma alternativa [de investimento] para mais pessoas", comentou.

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