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Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 17h50.
Um relatório divulgado pela Glassnode nesta semana afirma que o atual ciclo de mercado do bitcoin está exibindo características “atípicas”. A empresa destaca que a criptomoeda amadureceu como um ativo global com liquidez profunda, permitindo que investidores o negociem a qualquer hora, mesmo quando os mercados tradicionais estão fechados.
Essa acessibilidade posicionou a criptomoeda de forma "única" no cenário financeiro, especialmente durante a incerteza macroeconômica. Segundo a Glassnode, o bitcoin se tornou uma reserva de valor e um meio de troca. A empresa citou um fluxo de capital líquido superior a US$ 850 bilhões e um volume diário de quase US$ 9 bilhões.
Além disso, nações como Butão e El Salvador integraram o bitcoin em suas estratégias financeiras, enquanto discussões no governo dos Estados Unidos continuam a explorar o seu papel como um potencial ativo de reserva estratégica.
O relatório também reconhece a sua capitalização de mercado de US$ 2 trilhões, classificando-o como o sétimo maior ativo do mundo, superando a prata, a Saudi Aramco e a Meta. No entanto, a reação da criptomoeda pioneira a eventos globais, como as tarifas do presidente Donald Trump, chamou a atenção da empresa.
Durante o fim de semana, o bitcoin e outros ativos digitais caíram acentuadamente em resposta às novas tarifas da administração do presidente norte-americano sobre México, Canadá e China. Com os mercados tradicionais fechados, o bitcoin experimentou volatilidade significativa.
De acordo com a Glassnode, essa reação reflete o papel do bitcoin como um ativo global 24/7 a que os investidores recorrem em resposta a desenvolvimentos macroeconômicos.
A Glassnode observa uma mudança na base de investidores do ativo, com investidores institucionais desempenhando um papel cada vez mais significativo. A introdução de ETFs nos EUA facilitou o acesso regulamentado ao ativo, levando a mais de US$ 40 bilhões em aportes líquidos. Isso também contribuiu para que os ativos sob gestão (AUM) combinados ultrapassassem US$ 120 bilhões em apenas um ano.
O relatório também faz referência ao colapso da FTX no final de 2022. Desde então, a dominância do bitcoin tem aumentado, subindo de 38% para 59%, o que indica uma preferência entre os investidores por essa criptomoeda em relação às alternativas no setor.
Nesse contexto, o relatório reconhece a visão dos analistas sobre a clara narrativa de ativo de proteção monetária do bitcoin. Comparando as capitalizações de mercado desde os mínimos de 2022, o bitcoin cresceu de US$ 363 bilhões para US$ 1,93 trilhão. Enquanto isso, as altcoins (excluindo ether e stablecoins), aumentaram de US$ 190 bilhões para US$ 892 bilhões.
*Matéria original por Gabriel Gameiro no BeinCrypto, portal parceiro da EXAME.