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Bitcoin Conference 2022 une tecnologia e inovação em um evento marcante

Centro de Convenções de Miami foi tomado por pessoas de diversas culturas e de várias partes do mundo em torno de um único tema: o bitcoin

"Touro do bitcoin" foi inaugurado durante o evento (Eva Marie Uzcategui/Bloomberg/Getty Images)

"Touro do bitcoin" foi inaugurado durante o evento (Eva Marie Uzcategui/Bloomberg/Getty Images)

Por Thata Saeter*

O Bitcoin Conference 2022, maior evento de bitcoin do mundo, aconteceu esta semana na cidade de Miami, na Flórida. O encontro reuniu mais de 30 mil pessoas entre os dias 6 e 9 de abril e trouxe insights e debates dos principais nomes do mercado de criptomoedas e tecnologia do planeta.

O Centro de Convenções de Miami Beach foi tomado por pessoas de todas as idades e de várias partes do mundo, representando diversas culturas em torno de um único tema: o bitcoin. Foi uma conferência marcante e que cresceu muito em relação à sua última edição.

Aqui podemos fazer um paralelo com os primeiros eventos da internet que aconteceram no final dos anos 1990. Eles atraíam um público parecido e já mostravam o enorme potencial de crescimento que a web teria nas décadas seguintes. Não há como negar: existe algo muito semelhante acontecendo com o Bitcoin e o universo cripto agora.

(Future of Money/Laatus/Divulgação)

Destaques

Um dos destaques da conferência foram os cases que mostraram a adoção do bitcoin em países da África. Um relatório divulgado no ano passado pela plataforma Chainalysis revelou que entre julho de 2020 e junho de 2021 países do continente africano receberam US$ 105,6 bilhões em pagamentos feitos por meio de criptomoedas, o que indica um aumento de 1200% em relação ao ano anterior.

A verdade é que as criptomoedas têm resolvido problemas históricos de muitas nações daquele continente, como o fato de boa parte deles terem sistemas monetários controlados pela França.

Além disso, uma parcela significativa da população africana ainda é desbancarizada, o que torna ainda mais relevante a utilização de uma moeda descentralizada, que não dependa de bancos centrais e nem de instituições financeiras para existir.

Outro destaque foi a participação do psicólogo e escritor best-seller Jordan Peterson, que abordou a importância do empreendedorismo e da descentralização para a sociedade.

Outro ponto importante e que fez o evento representar um marco, para mim, é que vivemos um movimento de transição: a Web 2.0, que começou em 2004 com as redes sociais, vai dando espaço para a Web 3.0., que permite que os usuários tenham a propriedade de seus dados e possam opinar e participar de projetos através de organizações descentralizadas. É uma verdadeira revolução.
Também foram feitos alguns alertas. Um deles veio de Adam Back, fundador da Blockstream. Ele criticou a concentração na China da produção de peças e componentes utilizados na mineração do bitcoin - como chips e processadores. Essa centralização claramente não é saudável e impede avanços e inovações nesta área.

A importância de Back no mundo cripto é tamanha que existem teorias que o apontam como um dos participantes do processo de criação do bitcoin – alguns já chegaram a especular que ele seria o próprio Satoshi Nakamoto, nome do criador anônimo da principal criptomoeda do mundo.

O Bitcoin Conference 2022 uniu tecnologia, empreendedorismo e inovação em uma atmosfera que lembra muito o começo da internet. Não há dúvidas de que estamos vivenciando o início de algo muito maior, uma verdadeira revolução.

*Thata Saeter é diretora de operações da Convex Research. Entusiasta da tecnologia blockchain e de sistemas descentralizados, é considerada uma das principais referências femininas do ecossistema de criptomoedas do Brasil.

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