Com geração do bloco de número 735.000, bitcoin chega na metade do caminho até o seu quarto halving (NurPhoto/Getty Images)
Na tarde desta quinta-feira, o Bitcoin atingiu uma marca importante: a mineração do bloco de número 735.000. O número simboliza a metade do caminho até o próximo halving, processo que reduz a emissão de novos bitcoins (BTC) pela metade e que acontece a cada 210.000 blocos - o próximo halving, quarto da história do ativo digital, será realizado quando a contagem chegar a 840.000 blocos.
O último halving do bitcoin aconteceu em 2020, quando o número máximo de criptomoedas mineradas por bloco caiu de 12,5 para 6,25 BTCs. Foi a terceira vez que isso aconteceu, após os eventos de 2012 e 2016. Como a velocidade de geração dos blocos é bastante estável, o evento tende a acontece a cada quatro anos, mas sem uma precisão exata.
Proposto no white paper do Bitcoin, escrito por Satoshi Nakamoto, o halving consiste em uma maneira inteligente de manter a criptomoeda escassa por mais tempo. A cada 210.000 blocos, ou aproximadamente quatro anos, o número de BTCs que podem ser minerados em um bloco cai pela metade. Entre 2009 e 2012, até 50 bitcoins poderiam ser minerados em cada pedaço do blockhain, enquanto atualmente esse número é de 6,25 - em 2024, ou quando a contagem de blocos chegar a 840.000, o valor será reduzido para 3,125.
Como o bitcoin é um moeda com limite de emissão de 21 milhões de unidades, como forma de garantir sua reserva de valor, Nakamoto propôs um sistema que impede a cunhagem acelerada de novas moedas. Com o halving, a emissão de novos BTCs só deve acabar em 2140, assegurando sua escassez e mantendo os mineradores interessados em participar do processo.
Historicamente, o preço da criptomoeda é afetado diretamente pelo halving – em 2020, por exemplo, o BTC negociava a US$ 8.821 na data em que ocorreu e, nos meses seguintes, viu seu valor se multiplicar varias vezes, até chegar a quase 8 vezes o valor pré-halving em menos de um ano. Movimentos ainda mais agressivos foram observados nos dois halvings anteriores.
A escassez do bitcoin, que é reforçada a cada halving, é um dos motivos para que a criptomoeda seja chamada por muitos de "ouro digital", já que compartilha de características de uma reserva de valor, como o metal precioso. Em relatório recente, aa Bloomberg destacou essa característica e afirmou que o bitcoin está "deixando de ser um ativo de risco".
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