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Bitcoin caiu muito menos que outros ativos e tem resiliência inédita durante crise, diz sócio do BTG

Em entrevista exclusiva para a EXAME, head de Digital Assets do BTG Pactual aponta novidade no comportamento do bitcoin em meio ao ‘tarifaço’ de Trump

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 8 de abril de 2025 às 11h22.

Última atualização em 8 de abril de 2025 às 11h50.

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A queda generalizada que atingiu o mercado financeiro global não poupou as criptomoedas, mas o bitcoin apresentou uma característica "inédita" diante desse cenário. É o que avalia André Portilho, sócio e head de Digital Assets do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), em uma entrevista exclusiva.

O executivo, que também é responsável pela Mynt, plataforma cripto do BTG, ressalta que o bitcoin "seguiu o fluxo" do mercado e caiu junto com os demais ativos, mas teve uma diferença relevante: "Ele caiu menos, muito menos.  Enquanto o S&P e o Nasdaq acumulam quedas de dois dígitos desde a posse [de Donald Trump], o bitcoin ainda está no positivo".

Portilho ressalta que, desde a eleição do presidente dos Estados Unidos em novembro, a criptomoeda ainda acumula uma valorização de 17%. Já o S&P soma perdas de 11%, e o Nasdaq, de 13%. O dado é ainda pior para as ações das chamadas "7 Magníficas", as maiores empresas de tecnologia do mercado, que desvalorizaram 17% no mesmo período.

Por isso, o executivo vê uma "resiliência" do bitcoin que é novidade. "Em crises anteriores, o mercado cripto caiu muito mais que os outros ativos. Dessa vez, o comportamento é diferente, sinal de que talvez os investidores estejam começando a ver o bitcoin menos como um ativo especulativo e mais como uma reserva de valor alternativa".

O sócio do BTG pontua que essa mudança não significa que, de uma hora para a outra, o mercado de criptomoedas se tornou um "porto seguro" para os investidores. Ele lembra que o setor segue volátil e, portanto, arriscado. Entretanto, ele acredita que essa novidade é um sinal de que "o jogo parece estar mudando".

O futuro do bitcoin

Segundo Portilho, os ativos de risco, incluindo as criptomoedas, vinham caindo desde a posse de Trump, após uma "empolgação inicial" em novembro que se estendeu até as primeiras semanas de 2025. As novas políticas tarifárias do presidente acabaram eliminando essa euforia, levando às quedas de preços.

"Essas tarifas têm por objetivo realinhar as relações comerciais globais, diminuindo o déficit comercial dos Estados Unidos, enfraquecendo o dólar e reativando a indústria americana", explica o executivo. Ele pontua, porém, que a metodologia adotada para definir as atrifas aplicadas "não faz muito sentido", pegando o mercado de surpresa.

Como consequência, a expectativa de recessão nos Estados Unidos "aumentou muito", levando inclusive a avaliação de que o Federal Reserve cortará as taxas de juro do país em mais de 1 ponto percentual até o fim de 2025. Para Portilho, "a questão para frente é como vai ser a evolução dessa nova guerra comercial e como isso vai afetar os mercados".

"O plano de Trump é extremamente arriscado e é muito difícil prever as consequências. Nesse cenário é fundamental os investidores focarem na gestão de risco e preservação de capital", afirma o sócio do BTG Pactual.

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