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Bitcoin bate máxima histórica de preço em relação ao real, mesmo sem recorde em dólar

Maior criptomoeda do mercado superou a cotação de R$ 377 mil pela primeira vez na história, acompanhando desvalorização do real

Bitcoin voltou a subir após forte desvalorização (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin voltou a subir após forte desvalorização (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 22 de julho de 2024 às 14h57.

Última atualização em 22 de julho de 2024 às 15h01.

O bitcoin voltou a subir nas últimas semanas após chegar à casa dos US$ 53 mil no início de julho, mas ainda está distante de voltar ao recorde de preço atingido em março, de US$ 73 mil. No mercado brasileiro, porém, a máxima histórica em relação ao real já foi alcançada. Nesta segunda-feira, 22, a criptomoeda ultrapassou pela primeira vez a casa dos R$ 377 mil.

Na relação entre o dólar e a criptomoeda, o bitcoin ainda está cerca de US$ 6 mil distante da máxima histórica. O ativo chegou a ser prejudicado por uma forte pressão de venda no mercado devido a vendas realizadas pelo governo da Alemanha e possíveis vendas por antigos clientes da corretora falida Mt. Gox.

Nos últimos dias, porém, a conclusão das vendas pelas autoridades alemãs e um otimismo dos investidores em relação às eleições dos Estados Unidos e possíveis cortes de juros no país voltaram a animar o mercado e geraram um fluxo de investimentos que apoiou a recuperação do ativo. Dados do CoinGecko apontam que, nos últimos sete dias, a criptomoeda acumula ganho de 6,5% em relação ao dólar.

Por outro lado, a máxima histórica em relação ao real reflete, na verdade, uma dinâmica envolvendo a própria desvalorização da moeda brasileira. Em março, quando o bitcoin bateu seu último recorde, a cotação do dólar estava na casa dos R$ 5. Atualmente, porém, a cotação está na casa dos R$ 5,6, refletindo principalmente uma piora do cenário macroeconômico local.

O fenômeno também não foi exclusivo da moeda brasileira. Em fevereiro e março deste ano, a maior criptomoeda do mercado chegou a atingir máximas históricas em relação a outras moedas, incluindo o peso argentino, antes de chegar ao recorde de preço em relação ao dólar.

Para João Galhardo, analista da Mynt, plataforma cripto do BTG Pactual, "é provável que essa tendência ascendente do bitcoin continue, mesmo que ocorram correções temporárias, comum após altas acentuadas".

"Também deve ficar no radar o início da temporada de balanços das grandes empresas americanas, pois potenciais declarações de aquisições de bitcoin no balanço patrimonial de companhias pode fortalecer a narrativa de reserva de valor digital da criptomoeda”, destaca o analista.

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