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Binance sofre fuga bilionária de capital com suspensão de emissão de criptomoeda

Empresa concentra 90% de toda a oferta em circulação do BUSD, stablecoin pareada ao dólar e emitida pela Paxos

Corretora de criptomoedas Binance já sofreu outras retiradas bilionárias de clientes (Yuichiro Chino/Getty Images)

Corretora de criptomoedas Binance já sofreu outras retiradas bilionárias de clientes (Yuichiro Chino/Getty Images)

A Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, está registrando uma retirada bilionária de capital por parte dos seus clientes nas últimas horas, após o anúncio da Paxos de que deixaria de emitir a stablecoin pareada ao dólar Binance USD (BUSD). A decisão ocorreu em meio a informações de que autoridades regulatórias dos Estados Unidos poderiam processar a empresa.

De acordo com dados da empresa de inteligência de mercado Nansen, a Binance concentra 90% de toda a oferta em circulação do BUSD. Entretanto, o CEO da exchange Changpeng Zhao observou nesta segunda-feira, 13, que a corretora não possui nenhuma relação oficial com a stablecoin, que é "totalmente controlada pela Paxos".

Zhao disse que o valor de mercado do BUSD tende a decair com o tempo devido à queda no seu uso, e que os investidores provavelmente vão migrar para outras stablecoins com o tempo, destacando que a exchange "fará os ajustes apropriados" para lidar com a situação.

Os dados da Nansen apontam para uma retirada de mais de US$ 1 bilhão por parte dos clientes em stablecoins, o equivalente a 6% de todas as reservas da exchange, segundo os últimos dados divulgados pela empresa. Movimentos de retiradas bilionárias tendem a assustar o mercado após a falência da FTX, até novembro de 2022 a segunda maior corretora de criptomoedas do mercado.

A empresa não teve liquidez suficiente para arcar com uma série de pedidos de retiradas de clientes após a revelação de uso de fundos de investidores por parte de outras empresas que pertenciam ao mesmo conglomerado de Sam Bankman-Fried. Mesmo assim, a Binance passou por retiradas maiores recentemente sem quebrar.

Em 13 de dezembro, os clientes retiraram mais de US$ 4 bilhões da exchange após notícias de que procuradores nos Estados Unidos poderiam processar a Binance e seu CEO, Changpeng Zhao, devido a um aparente descumprimento das leis sobre lavagem de dinheiro no país.

À época, a empresa afirmou à EXAME que "pessoas depositam e sacam recursos todos os dias por diversos motivos diferentes. Os ativos do usuário na Binance são todos lastreados 1:1 e a estrutura de capital da Binance não tem dívidas. Mantemos saldos nas hot wallets (carteiras quentes, conectadas a uma rede) para garantir que sempre tenhamos fundos mais do que suficientes para atender às solicitações de saque e, conforme necessário, recompomos os saldos destas carteiras".

Ainda nesta segunda-feira, Zhao se referiu a associações entre a Binance e a Paxos como "FUD", um termo que significa "medo, incerteza e dúvida" e resume situações em que investidores tomam decisões baseadas no medo ou em boatos.

O anúncio da Paxos foi mais um capítulo dos esforços recentes da SEC contra grandes empresas de criptomoedas nos Estados Unidos. Na semana passada, a exchange Kraken anunciou que chegou a um acordo com o órgão para encerrar seu serviço de depósito de criptomoedas, uma modalidade conhecida como staking.

A EXAME entrou em contato com a Binance e solicitou um posicionamento sobre as novas retiradas. A empresa destacou que não possui ligação direta com o BUSD, mas que "dada a incerteza regulatória em determinados mercados, a Binance irá rever outros projetos nessas jurisdições para garantir que nossos usuários estejam protegidos de outros prejuízos injustificados".

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