Future of Money

Maior corretora de criptomoedas do mundo anuncia fim de operações na Rússia

Em comunicado, a Binance atribuiu a decisão às dificuldades em se adequar às exigências de regulamentação no país

Binance enfrenta processos nos EUA e no Brasil por reguladores (Reprodução/Unsplash)

Binance enfrenta processos nos EUA e no Brasil por reguladores (Reprodução/Unsplash)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 27 de setembro de 2023 às 14h32.

Última atualização em 27 de setembro de 2023 às 14h35.

A Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, anunciou nesta quarta-feira, 27, que vendeu suas operações na Rússia e vai deixar o país. De acordo com a empresa, a decisão partiu da dificuldade da exchange de se adequar às exigências de compliance estabelecidas pela regulamentação no país para o setor cripto.

Em um comunicado, a corretora explicou que chegou a um acordo com a empresa russa CommEx para vender todos os seus negócios no país, que passaram a ser administrados pela compradora. A expectativa é que a saída de usuários russos da plataforma da Binance demore cerca de um ano, com todos os ativos em custódia da empresa até lá.

Noah Perlman, chefe de compliance da Binance, afirmou que "ao olharmos para o futuro, reconhecemos que operar na Rússia não é compatível com a estratégia de compliance da Binance. Continuamos confiantes no crescimento a longo prazo da indústria Web3 em todo o mundo e concentraremos a nossa energia nos mais de 100 países onde operamos".

A corretora de criptomoedas informou ainda que "haverá um processo ordenado para a migração de usuários. A Binance e a CommEX farão parceria para informar aos usuários como migrar seus ativos para CommEX. Uma parte das informações de novos usuários russos será imediatamente redirecionada para a CommEX e aumentará com o tempo".

"Nos próximos meses, a Binance encerrará todos os serviços de exchange e linhas de negócios na Rússia. Todos os esforços serão feitos para manter uma experiência de usuário tranquila durante esta transição", prometeu a exchange no comunicado.

A Binance disse ainda que "embora os detalhes financeiros do negócio não sejam divulgados, é importante observar que, com esta venda, a Binance sai totalmente da Rússia. Ao contrário de acordos semelhantes de empresas internacionais na Rússia, a Binance não terá nenhuma divisão contínua da receita da venda nem manterá qualquer opção de recompra de ações do negócio".

Problemas regulatórios

A corretora de criptomoedas decidiu recentemente encerrar operações me diferentes mercados. Ao mesmo tempo, obteve autorizações de funcionamento no Japão e nos Emirados Árabes Unidos. A Binance encerrou solicitações de licença na Áustria e na Alemanha e decidiu encerrar operações na Holanda, Chipre e Reino Unido.

Além disso, a corretora enfrenta processos em diversos países, incluindo nos Estados Unidos, onde foi processada junto com seu CEO. A SEC acusa a corretora de criptomoedas de ter ofertado ilegalmente valores mobiliários e de ter realizado ações para burlar os reguladores do país e misturar fundos de clientes com os da própria empresa.

A Binance também se tornou alvo de um processo em andamento no Canadá, mas a empresa anunciou que vai encerrar operações no país após a aprovação de uma nova regulamentação para o mercado cripto. Além disso, a empresa estaria sendo investigada por autoridades da França. No Brasil, a corretora de criptomoedas também enfrenta problemas jurídicos.

yt thumbnail

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:CriptomoedasCriptoativosRússia

Mais de Future of Money

Shaquille O'Neal vai pagar R$ 63 milhões para encerrar processo sobre NFTs

Coreia do Norte é acusada de roubar US$ 1 bilhão em ether com ataque hacker

CEO da Schwab, gestora de US$ 7 trilhões, se arrepende de não investir em cripto: "Me sinto bobo"

Mercado de criptomoedas chega a US$ 3,4 trilhões e atinge capitalização recorde