Bill Gates é amplamente conhecido por suas críticas à tecnologia blockchain (Chip Somodevilla/Getty Images)
Bill Gates não é muito fã das criptomoedas e tokens não fungíveis (NFTs). Depois de tê-los criticado em diversas ocasiões, o cofundador da Microsoft voltou a abordar o assunto na última terça-feira, 14. Segundo Gates, a nova classe de ativos seria “100% baseada na teoria do tolo maior”.
A teoria do tolo maior, em finanças, sugere que as vezes é possível ganhar dinheiro com a compra de ativos supervalorizados, ou seja, comercializados por um valor muito além do que realmente valem, se eles puderem ser revendidos por um preço ainda maior.
Os NFTs da coleção Bored Ape Yacht Club, a mais valiosa do mundo, também se tornaram alvo de Gates. Algumas imagens em formato JPEG dos famosos “macacos entediados” saíram de um valor inicial de aproximadamente US$ 280 para milhões de dólares.
“Imagens digitais caras de macacos vão melhorar imensamente o mundo”, ironizou o bilionário conhecido por seu foco na filantropia.
Os comentários de Bill Gates sobre as criptomoedas e NFTs foram feitos durante uma palestra do TechCrunch sobre mudanças climáticas. Na ocasião, o homem que se tornou um ícone da tecnologia com a criação do Windows, justificou:
"Estou acostumado a classes de ativos... como uma fazenda onde eles têm produção ou como uma empresa onde eles fabricam produtos", disse Gates, em uma fala similar à de muitos investidores que não enxergavam o potencial da internet nos anos 90.
No entanto, o bilionário acrescentou que não aposta contra. “Não estou envolvido nisso”, disse Gates. “Eu não faço investimentos de long ou short em nenhuma dessas coisas”. Os termos “long” e “short” em inglês se referem às posições compradas e vendidas, quando um investidor aposta na alta ou na queda de determinado ativo, respectivamente.
Apesar do tom negativo do cofundador da Microsoft, a gigante da tecnologia já investe massivamente no setor. Além de ter comprado a Activision Blizzard para investir no metaverso, a Microsoft utiliza o blockchain para combater a pirataria e liderou um investimento de R$ 150 milhões em um estúdio de criação de NFTs.
Bill Gates deixou o comando da empresa há alguns anos para focar inteiramente na filantropia, com a Fundação Bill e Melinda Gates, que inclusive, premiou uma startup brasileira descentralizada, a Ribon.
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