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Bilionário que ‘passou a perna’ em DAO no leilão de Constituição dos EUA explica motivos

CEO da Citadel revela porque fez lance maior em leilão da Constituição dos EUA após grupo arrecadar US$ 40 milhões

Constitution DAO queria comprar cópia de documento importante dos EUA, mas falhou (Danny Nelson/Coindesk/Reprodução)

Constitution DAO queria comprar cópia de documento importante dos EUA, mas falhou (Danny Nelson/Coindesk/Reprodução)

O bilionário e CEO de um importante fundo de hedge nos Estados Unidos revelou porque, no final do último ano, “impediu” a compra de uma cópia da Constituição norte-americana por um grupo que usou a tecnologia blockchain e NFTs para arrecadar US$ 47 milhões com este objetivo específico. Kenneth Griffin, CEO da Citadel, foi o responsável pelo lance vencedor nos últimos minutos do evento.

A Constituição norte-americana é a mais antiga do mundo. Redigida em 1787, seu texto direciona a nação até hoje. Diferentemente do Brasil, o documento foi alterado poucas vezes e possui grande importância para a população devido a sua raridade. Apenas 13 das 500 cópias emitidas na época ainda são conhecidas, e duas pertencem a pessoas físicas. Uma delas foi leiloada pela Sotheby’s em novembro de 2021.

(Mynt/Divulgação)

Na época, um grupo surpreendeu ao utilizar a tecnologia blockchain e NFTs para arrecadar uma quantia milionária em menos de uma semana. A Constitution DAO, cujo nome faz referência às Organizações Autônomas Descentralizadas, criou seus próprios criptoativos e NFTs, que seriam distribuídos para os investidores do projeto após a compra da Constituição, para que todos pudessem ter uma parte.

As Organizações Autônomas Descentralizadas (DAOs) são grupos formados por pessoas que seguem o modelo de governança descentralizada. Ou seja, não há hierarquia. Todos os que possuírem tokens da DAO podem opinar em suas decisões. Nesse sentido, a Constitution DAO se destacou ao arrecadar mais de US$ 40 milhões, ter 18 mil membros e conquistar o apoio da Alameda Research e da FTX US em menos de uma semana.

O interesse do grupo era apenas um: comprar uma cópia da Constituição norte-americana. “Vamos comprar a Constituição e ela será governada pelo povo”, dizia o site da iniciativa, em referência ao fato de que quase todas as outras cópias estão em poder do Estado - a maioria em museus, universidades ou sedes do governo.

No entanto, quando o martelo foi batido, a cópia da primeira edição da Constituição foi para outro dono, frustrando os milhares de investidores da Constitution DAO. E este dono era ninguém mais ninguém menos que Kenneth Griffin, CEO de um fundo multinacional de hedge e uma das maiores provedoras de liquidez dos EUA, que possui um patrimônio líquido avaliado em US$ 26,5 bilhões.

Recentemente, o magnata finalmente revelou o motivo de ter “impedido” a compra da Constituição pela DAO. Griffin teria duvidado da capacidade da organização em cuidar de um documento raro.

Apesar disso, ele revelou ao Wall Street Journal que ofereceu os direitos digitais dos documentos à Constitution DAO por um valor não divulgado. Além disso, os investidores do projeto receberiam um NFT e poderiam opinar na escolha do local que o artefato seria exibido. No entanto, a DAO recusou a oferta, de acordo com Griffin.

Atualmente, a cópia da Constituição está sendo exibida no Crystal Bridges Museum of American Arts, em Bentonville, nos Estados Unidos. O museu contém uma série de documentos raros, incluindo um retrato de George Washington pelo artista Gilbert Stuart e uma cópia do que é conhecido hoje como a “Declaração de Direitos”, também propriedade de Griffin.

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