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BC quer que Drex entre no "dia a dia" da população, diz coordenador do projeto

Fabio Araujo falou sobre os próximos passos do desenvolvimento da CBDC e negou possível retrocesso com a mudança na presidência da autarquia

Drex está entre prioridades dos bancos brasileiros (Banco Central/Divulgação/Divulgação)

Drex está entre prioridades dos bancos brasileiros (Banco Central/Divulgação/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 27 de junho de 2024 às 17h44.

Última atualização em 27 de junho de 2024 às 18h12.

Fabio Araujo, atual coordenador do Drex no Banco Central, revelou nesta quinta-feira, 27, mais detalhes sobre os próximos passos no desenvolvimento da versão brasileira de uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês). O executivo reconheceu os desafios enfrentados pelo projeto, mas acredita que ele continuará avançando, mesmo com uma troca no comando da autarquia no final do ano.

Durante sua participação na Febraban Tech 2024 em um painel promovido pela empresa ClearSale, Araujo se referiu ao Drex como uma "plataforma digital pública" e ressaltou que o objetivo do BC é integrá-lo "junto com outras infraestruturas digitais públicas. A ideia é ter o Pix, o Open Finance e o Drex para entrar no dia a dia das pessoas e promover a democratização do acesso aos serviços financeiros".

Araujo também falou sobre o fim da primeira fase do piloto do Drex e o início da segunda fase do processo. Na avaliação do executivo, "o principal ganho da primeira fase foi a discussão e o aprendizado. Para ligar o setor financeiro em uma estrutura de DLT [rede de registro distribuído] teve um deságio. Agora, tem um potencial de geração e trânsito de informação muito maior".

Ele afirmou ainda que houve um "avanço fantástico" nas soluções tecnológicas de privacidade, mas a questão segue como a mais desafiadora para o piloto. Nesse sentido, Araujo reconheceu que o projeto está "um pouco atrasado em relação ao cronograma", mas segue como foco da autarquia.

"O problema principal é que para trazer a tecnologia para o ambiente regulado precisa de privacidade. Mas fizemos a mobilização para isso agora. É um problema que ninguém, em nenhum lugar, resolveu. Estamos avançando muito rápido, mas é um desafio que precisa amadurecer mais as soluções. Acho que vamos atingir os objetivos", disse.

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Entre as novidades para a segunda fase do piloto do Drex, Araujo destacou que, agora, os participantes poderão apresentar diversos casos de uso para a plataforma da CBDC. Se a primeira fase do piloto foi voltada para a infraestrutura e privacidade, a segunda deverá ter como foco os casos de uso, "como se relacionam, como faz a governança disso e avaliar como os casos de uso interagem com as soluções de privacidade".

"Os consórcios já apresentaram casos de uso para implementação no segundo semestre e no segundo semestre faremos uma seleção aberta para outros participantes para aumentar mais a complexidade do ecossistema e validar regras de governança no início de 2025", revelou.

Questionado sobre a sucessão na presidência do Banco Central, Araujo avaliou que a troca não deverá impactar o projeto: "A agenda de inovação está muito consolidada no Banco Central. O presidente pode dar um direcionamento, mas não acho que vai acabar. Pode ter outros produtos, discussões conforme o que o próximo presidente achar, mas os programas em implantação seguem. É o que tem sido a realidade do BC nos últimos 30 anos".

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