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BC do Reino Unido esclarece dúvidas sobre Libra Digital e diz que uso será opcional

Autoridade monetária britânica rebateu críticas sobre aspectos de privacidade e segurança da iniciativa, ainda em fase inicial

CBDCs estão se tornando prioridade de países ao redor do mundo (Toby Melville/Reuters)

CBDCs estão se tornando prioridade de países ao redor do mundo (Toby Melville/Reuters)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 26 de janeiro de 2024 às 16h31.

O Banco da Inglaterra, autoridade monetária do Reino Unido, divulgou nesta semana um material que busca responder às principais dúvidas da população sobre a Libra Digital, projeto de moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) que começou a ser desenvolvido no país.

Ao justificar a existência da iniciativa, a autarquia destacou que "em uma economia cada vez mais digital, os meios de pagamento mudam rapidamente. Novas tecnologias estão sempre surgindo, tornando mais fácil e rápido comprar o que desejamos. Mas isso muitas vezes significa que não podemos pagar em dinheiro, porque o dinheiro não pode ser usado online".

Nesse sentido, o Banco da Inglaterra ressalta que "as novas tecnologias estão permitindo que o setor privado inove nos pagamentos diários de varejo, efetuados pelas famílias e empresas, e nos de atacado, efetuados por bancos e empresas do mercado financeiro".

O foco da autarquia é de tornar as formas de pagamento digitais oferecidas no varejo "mais seguras, para que todos possam se beneficiar delas", ao mesmo tempo em que continuará apoiando a inovação nos pagamentos de atacado.

Apesar de não citar nominalmente, o banco central parece fazer referência à tecnologia blockchain e às criptomoedas, que têm sido cada vez mais adotadas no mercado para criar diferentes soluções, incluindo na área de pagamentos.

Na visão do Banco da Inglaterra, essa nova tecnologia "terá uma série de novos recursos e capacidades que melhoram os pagamentos e liquidações entre bancos e sociedades de crédito imobiliário".

O comunicado ressalta ainda que "a Libra Digital será como uma forma digital do dinheiro físico - uma cédula na era digita. Como as cédulas, ela será emitida diretamente pelo Banco da Inglaterra. Você poderá armazená-la na sua carteira digital e gastá-la em comércios ou online".

"[A Libra Digital] não substituirá o dinheiro. As cédulas e moedas são importantes para muitas pessoas, por isso continuaremos a fornecê-las a quem as quiser utilizar. Você simplesmente teria ainda mais opções ao efetuar pagamentos", explica a autarquia, que reforçou que o uso da CBDC será "opcional".

O Banco da Inglaterra comentou também que recebeu muitos questionamentos sobre aspectos de privacidade e liberdade de escolha em relação à Libra Digital. Segundo a autarquia, "as futuras leis sobre a Libra Digital garantirão a privacidade dos utilizadores e também garantirão que nem o Banco da Inglaterra nem o governo controlarão a forma como você gasta o seu dinheiro".

A previsão é que o governo do Reino Unido introduza uma lei sobre o tema antes que a Libra Digital seja lançada para o público. Além disso, o Banco da Inglaterra explicou que iniciará testes sobre o funcionamento da CBDC e que garantirá que a Libra Digital "funcione para você antes que qualquer decisão seja tomada sobre começar ou não a construí-la".

Com isso, a autoridade monetária sinaliza que o projeto ainda deverá demorar alguns anos. No Brasil, o Banco Central já está na fase de testes práticos com sua CBDC, o Drex, com previsão de lançamento para uma parte do público até o início de 2025.

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