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BC do Canadá diz que moedas digitais podem promover inclusão financeira, mas haverá desafios

Estudo do Banco do Canadá revela os principais desafios que os bancos centrais podem enfrentar para promover a inclusão financeira através das CBDCs, moedas digitais que muitos já desenvolvem atualmente

Abstract blockchain technology concept. Internet security. Isometric digital cube connection background. (Getty Images/Reprodução)

Abstract blockchain technology concept. Internet security. Isometric digital cube connection background. (Getty Images/Reprodução)

Cointelegraph
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Agência de notícias

Publicado em 5 de outubro de 2023 às 17h50.

Última atualização em 5 de outubro de 2023 às 18h52.

Um argumento comum apresentado em favor das moedas digitais de banco central (CBDCs, na sigla em inglês) é que elas poderiam impulsionar a inclusão financeira. As nuances envolvidas nas formas para atingir esse objetivo, ou mesmo o que significa "inclusão financeira", ainda precisam ser exploradas, segundo um documento publicado pelo Banco do Canadá. Ele concluiu que os bancos centrais enfrentarão uma série de desafios desconhecidos e não tradicionais para criar um CBDC inclusivo.

Ao "identificar barreiras materiais e descrever as realidades de desigualdade subjacentes às estatísticas agregadas que são comumente usadas", os autores do documento identificaram três tipos de inclusão necessários para um método de pagamento universalmente acessível: inclusão financeira, inclusão digital e acessibilidade prática. As instituições financeiras privadas podem não ter incentivos suficientes para atender às necessidades daqueles que hoje não são atendidos por elas. Nesse sentido, os autores disseram:

"Nossa análise sugere que o número de pessoas que enfrentam barreiras ou são excluídas dos serviços financeiros é muito maior do que se supunha anteriormente."

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A menos que todos os três aspectos da acessibilidade sejam atendidos, as pessoas que se encontram excluídas do sistema financeiro podem continuar assim se uma CBDC for introduzida, afirmam os autores. Por exemplo, os membros das Primeiras Nações, em média, vivem a uma distância muito maior das instituições financeiras do que os outros canadenses (25 quilômetros contra 1,9 km), e sua inclusão financeira dependeria da inclusão digital.

A educação financeira e a facilidade de uso também estão em jogo. É provável que os jovens das Primeiras Nações tenham acesso a plataformas digitais, mas sejam menos habilidosos no uso de tecnologias emergentes do que seus pares não indígenas, dizem os autores. Outros canadenses podem hesitar em usar a tecnologia digital devido a questões de segurança.

A carga cognitiva – o nível de dificuldade no uso de plataformas financeiras digitais – e outros problemas de usabilidade são possíveis barreiras à acessibilidade que provavelmente aumentarão com o envelhecimento da população. As pessoas mais velhas usam menos os smartphones do que as pessoas mais jovens, e menos de 60% da população foi avaliada como apta a explorar a Internet em todo o seu potencial, de acordo com uma pesquisa citada pelo estudo. O problema exige "uma pesquisa mais profunda sobre o design para acessibilidade cognitiva", afirmam os autores.

As pessoas que possuem algum tipo de deficiência também podem ter mais dificuldade para usar a tecnologia. As pessoas com deficiência no Canadá têm muito menos acesso à Internet do que os demais cidadãos.

O desafio está na prestação de serviços e não na natureza própria da CBDC, afirmam os autores. A superação desses desafios exigirá que os bancos centrais enfrentem problemas que, de outra forma, seriam considerados muito além de seu escopo.

O estudo analisou as necessidades de segmentos específicos da população canadense. Um estudo anterior constatou que a maioria dos canadenses tem poucos motivos para usar uma CBDC devido ao alto nível de acessibilidade a serviços financeiros no país.

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