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BAYZ: O movimento do setor financeiro para a Web3

Grandes nomes do setor financeiro como BTG Pactual e Itaú anunciaram sua entrada na web3, nova fase da internet integrada ao blockchain. Entenda porquê

Empresas estariam atentas às mudanças no setor financeiro impostas pela tecnologia blockchain (blackdovfx/Getty Images)

Empresas estariam atentas às mudanças no setor financeiro impostas pela tecnologia blockchain (blackdovfx/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de setembro de 2022 às 09h00.

Por João Borges*

Nos últimos meses, grandes nomes do setor financeiro do Brasil anunciaram a entrada no ecossistema de Web3. O Itaú, um dos maiores bancos brasileiros, lançou recentemente uma unidade de negócios com foco em negociação de tokens.

O banco tem a intenção de oferecer aos clientes, ainda neste ano, produtos relacionados a ativos digitais e criptomoedas. A iniciativa traz força ao cenário web3, já que instituições financeiras preveem que grande parte das movimentações deverão ser feitas por meio de tokens nos próximos anos.

Outro exemplo é o do BTG Pactual, que lançou recentemente a Mynt, plataforma cripto com operação com bitcoin, ethereum e outros ativos. O PicPay está caminhando em direção parecida. A fintech iniciou uma unidade de negócios que abrange desde a criação de uma exchange para negociação de criptoativos, o desenvolvimento de uma stablecoin, até a entrada no segmento de NFT. O PicPay tem a intenção de se tornar um tokenizador.

(Mynt/Divulgação)

Ainda em 2021, quando os tokens não fungíveis não eram tão conhecidos, a Visa comprou um NFT por quase R$ 800 mil, o CryptoPunk 7610, mostrando para o mercado que estava atenta às mudanças e preparada para a nova era das negociações. Outra grande empresa de serviços financeiros, a Mastercard, está deixando de prestar serviços apenas voltados para as bandeiras de cartões físicos, para embarcar nas criptomoedas e metaverso.

Quando grandes instituições ligadas ao setor financeiro entram no ecossistema de web3, isso amplia e democratiza o acesso a ativos digitais, e mostra o desenvolvimento contínuo desse mercado. Essa movimentação vai estimular o interesse de outros grandes players em setores diversos. Os NFTs, as criptomoedas, blockchain games e o metaverso, aumentam as possibilidades de experiências para as transações financeiras.

O desconhecimento e as dúvidas sobre o que é web3, metaverso ou NFT são, certamente, a principal barreira de entrada para as possibilidades que o ecossistema oferece. Esses conceitos ainda permeiam a imaginação das pessoas como algo relacionado a uma realidade alternativa, muito baseada em séries e filmes de sci-fi. No entanto, é muito mais amplo e, como nos exemplos citados, gigantes multinacionais já estão, aos poucos, marcando território por lá.

A web3, que teve seu termo criado em 2014 por Gavin Wood, um dos cofundadores da Ethereum (atualmente a segunda maior criptomoeda do mercado), se refere à terceira geração da internet, como um ambiente digital descentralizado, transparente e seguro, baseado em tecnologia blockchain.

Diferente da web1 em que, embora tenha sido uma disrupção na forma como as pessoas se relacionam, consomem e realizam inúmeras atividades, ainda era uma internet centralizada, mas com ideais de descentralização, e com informações geradas em sua maioria por organizações. E da web2, em que a interação entre os usuários e a criação de conteúdo passou a ser o centro, porém, com o domínio por parte das empresas.

A tecnologia blockchain, sistema compartilhado que registra transações e o faz rastreamento de informações e ativos, pode ser usada desde operações financeiras entre países até consultas médicas e atividades corriqueiras. Como as informações ficam salvas no que se pode chamar de cadeia de dados, é possível ver todos os detalhes de ponta a ponta, o que oferece maior confiança, transparência, eficiência e novas oportunidades.

Agora, os consumidores que foram apresentados a bens digitais exclusivos do ambiente on-line querem que esses ativos tenham seu valor e, mais do que isso, que ele rompa fronteiras. Para isso, a tecnologia blockchain foi criada, e será um dos agentes mais importantes para a transição e consolidação da terceira geração da internet.

Não é possível prever as próximas mudanças dentro da web3, visto que o cenário está em constante evolução e rápido desenvolvimento. Porém, uma coisa é certa: criptomoedas, NFT, web3 serão termos cada vez mais presentes no cotidiano e realidade de empresas e consumidores.

*João Borges é co-fundador da BAYZ. Gerenciou uma das maiores organizações de eSports do Brasil, ex-Head of Innovation and Mobile eSports da INTZ. Borges é palestrante e mentor de programas como Startup Weekend & Gama Experience.

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