CBDCs estão se tornando prioridade de países ao redor do mundo (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 28 de setembro de 2023 às 18h16.
Última atualização em 28 de setembro de 2023 às 18h44.
Os bancos centrais da França, Suíça e Singapura realizaram nesta quinta-feira, 28, um teste bem-sucedido de transferência entre as instituições usando moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês). Além disso, o teste contou com o uso de aplicativos de finanças descentralizadas (DeFi, em inglês).
O teste faz parte de uma iniciativa promovida pelo Bank for International Settlements (BIS), que é conhecido como o "banco central dos bancos centrais". Batizado de "Projeto Mariana", o objetivo é testar e garantir a interoperabilidade entre CBDCs para facilitar transações transfronteiriças.
O teste envolveu a transferência de versões digitais hipotéticas do euro, franco suíço e dólar de Singapura entre instituições financeiras simuladas. Além disso, foram testados "elementos" do mundo DeFi, especificamente os "criadores de mercado automatizados".
Segundo o BIS, esse recurso pode "formar a base para uma nova geração de infraestruturas do mercado financeiro". Segundo o banco, foi seguido "um padrão de token comum em um blockchain público que facilita a interoperabilidade e a troca contínua" entre as CBDCs.
Cecilia Skingsley, diretora da área de inovação do banco, afirmou que "o Projeto Mariana é pioneiro no uso de novas tecnologias para mercados interbancários de câmbio. Ele demonstrou com sucesso que é viável trocar CBDCs no atacado entre países usando novos conceitos, como criadores de mercado automatizados".
"O projeto utilizou até contratos inteligentes para permitir que os bancos centrais gerissem as suas CBDCs sem a necessidade de operar ou controlar diretamente a plataforma subjacente", ressaltou o comunicado do banco ao explicar os elementos do mundo cripto adotados.
A interoperabilidade entre moedas digitais de bancos centrais deve ser um dos focos de desenvolvimento do BIS nos próximos anos, conforme mais autarquias começam a desenvolver suas próprias versões de CBDCs. A partir da tecnologia blockchain, é possível baratear e agilizar transferências transfronteiriças.
O teste com CBDCs de atacado pode ser revelante inclusive para o Brasil. Atualmente, o Drex, que é versão digital do real, está sendo testado e desenvolvido pelo Banco Central como uma CBDC de atacado, ou seja, voltada para operações financeiras entre instituições.
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