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Banco Central vai mudar nome do Real Digital e estuda "duas ou três opções"

Alternativas ainda não foram reveladas pela autarquia, mas Roberto Campos Neto reforçou previsão de lançamento até o final de 2024

Roberto Campos Neto revelou que Real Digital terá outro nome (Geraldo Magela/Agência Senado/Flickr)

Roberto Campos Neto revelou que Real Digital terá outro nome (Geraldo Magela/Agência Senado/Flickr)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 30 de maio de 2023 às 14h01.

Última atualização em 30 de maio de 2023 às 17h31.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, revelou na semana passada que a autarquia estaria estudando um novo nome para o Real Digital, o projeto de moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) do Brasil. Além disso, ele reforçou a previsão de lançamento do projeto no final de 2024.

Em entrevista para o canal GloboNews, Campos Neto disse que a autarquia está trabalhando na fase de piloto da moeda digital, cujos participantes foram anunciados na semana passada, assim como a previsão de início de trabalhos até a metade de junho. Ele destacou que "os bancos estão entusiasmados com o projeto".

A fase de piloto envolverá um caso de uso específico do Real Digital: o uso da moeda e da sua infraestrutura para a negociação de um título público tokenizado entre duas pessoas com contas bancárias em instituições diferentes. O presidente do Banco Central disse que o processo de criação da CBDC deverá ser "finalizado até o fim do ano que vem".

Já sobre a mudança de nome do Real Digital, Campos Neto afirmou que "estamos entre dois e três nomes", mas não deu mais detalhes sobre o assunto ou sobre uma possível data de divulgação da mudança. Questionado sobre o assunto pela EXAME, o Banco Central informou que a questão será divulgada "oportunamente".

Campos Neto também destacou que o objetivo da autarquia é que a versão digitalizada do real seja mais do que um meio de pagamento, caso atual do Pix. Na visão do presidente, a maior vantagem do projeto deverá ser a criação de novos produtos financeiros, com uso da tecnologia blockchain para mitigar riscos.

Um dos casos citados por ele na entrevista foi a venda de um carro entre pessoas. Atualmente, há um receio do vendedor de passar a propriedade do veículo sem receber o dinheiro antes. Com o Real Digital e sua função de programabilidade, "o dinheiro só é liberado se houver transferência", comentou Campos Neto.

Atualmente, poucos países estão em fases avançadas de implementação de CBDCs. A Nigéria é o maior país do mundo a ter concluído esse processo, segundo o Atlantic Council. Lá, a versão digital da sua moeda fiduciária se chama eNaira. Em fase de testes, a CBDC chinesa recebeu o nome de e-renminbi, um estilo de nome semelhante ao piloto da Índia, a e-rúpia. Outro país que já lançou sua CBDC para o público é as Bahamas, com o nome de Sand Dollar. Já na Jamaica, a moeda digital foi lançada como Jamaican Digital Exchange, ou JAM-DEX.

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Qual o objetivo do Real Digital?

O principal uso do Real Digital deverá ser na área de programabilidade para operações financeiras, em especial as realizadas por grandes agentes do mercado e envolvendo montantes maiores de dinheiro. Outro elemento importante no uso do Real Digital é a chamada tokenização de ativos - a inclusão de ativos financeiros e físicos em redes blockchain, buscando facilitar seu registro e negociação.

Em abril, o Banco Central também realizou um evento em que os participantes da primeira fase de desenvolvimento do Real Digital apresentaram possíveis casos de uso para a CBDC que foram estudados. Entre as aplicações, estão trocas de remessas internacionais, compra de imóveis e carros e acesso ao crédito.

Outro ponto é que a CBDC brasileira será diferente da de outros países. Na maioria dos casos, o foco está em usar o dinheiro digital na área de pagamentos instantâneos, mas isso já foi resolvido com o Pix. Nesse sentido, o BC se referiu ao projeto como um "Pix dos serviços financeiros", destacando que um sistema não vai substituir o outro.

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