Rússia tem intensificado ações envolvendo criptomoedas (Reprodução/Shutterstock)
Redação Exame
Publicado em 5 de julho de 2024 às 11h57.
O banco central da Rússia afirmou nesta semana que as empresas do país precisam priorizar "múltiplas opções de solução de pagamentos" para driblar as sanções impostas ao país. E, entre elas, estariam as criptomoedas e outros ativos digitais que poderiam ser usados no mercado.
Elvira Nabiullina, que comanda a autarquia, reconheceu recentemente que a economia russa tem enfrentado dificuldades para contornar problemas na realização de pagamentos internacionais, limitando o potencial de crescimento do país e a realização de negócios.
Entretanto, ela disse que "as novas tecnologias financeiras criam oportunidades para negócios que não existiam antes. É por isso que suavizamos nossa postura quanto ao uso de criptomoedas em pagamentos internacionais, permitindo o uso de ativos digitais nesses pagamentos".
"Diferentes alternativas estão sendo discutidas. As empresas tornaram-se muito flexíveis e muito empreendedoras. Elas encontram maneiras de resolver isso [as sanções] e muitas vezes nem as compartilham conosco", destacou a líder do banco central da Rússia.
Nabiullina projetou ainda que novos sistemas de pagamentos internacionais sem o envolvimento de "instituições do Ocidente" deverão "emergir gradualmente" no mercado nos próximos anos, já que muitos países enxergam a dependência de apenas um sistema internacional como uma vulnerabilidade.
A presidente do banco central da Rússia destacou que o Brics - grupo de economias emergentes que inclui o Brasil - tem discutido a criação de um sistema de pagamentos que poderia ser usado nas negociações entre os países do bloco, funcionando como uma "ponte" entre os sistemas financeiros de cada país.
Por outro lado, ela reconheceu que o projeto tem enfrentado dificuldades devido ao longo tempo necessário para criar um sistema do tipo. Em março deste ano, um oficial russo chegou a afirmar que o grupo cogitava usar tecnologia blockchain e criptomoedas para o desenvolvimento desse sistema.
A Rússia enfrenta sanções de diversos países, em especial os europeus e os Estados Unidos, há muitos anos, mas elas ganharam força especialmente após a invasão da Ucrânia, em 2022.