Robert Kiyosaki é autor do livro "Pai Rico, Pai Pobre" (New York Daily News Archive/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 14 de maio de 2024 às 10h31.
Robert Kiyosaki, autor do best-seller de finanças "Pai Rico, Pai Pobre" e conhecido defensor do bitcoin, declarou que o Brics, grupo que reúne o Brasil e outras grandes economias emergentes, poderia criar uma "forte ameaça à hegemonia do dólar" na economia global caso lançasse uma moeda digital lastreada em ouro.
A criação de uma criptomoeda própria do grupo de países não é mera especulação de Kiyosaki. Ministros do Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul devem se reunir ainda neste mês para discutir o avanço do projeto de criação de uma moeda digital comum, ao mesmo tempo em que os países continuam acumulando reservas de ouro.
Defensor de longa data tanto do ouro quanto do bitcoin, Kiyosaki costuma frequentemente alertar seus 2,5 milhões de seguidores no X, antigo Twitter, para se protegerem de um possível colapso da moeda norte-americana.
Em uma postagem publicada no X no último domingo, 12, durante sua viagem à África do Sul, ele disse estar atento aos rumores sobre uma possível "criptomoeda dos Brics, possivelmente lastreada em ouro".
Segundo Kiyosaki, o avanço do projeto pode acelerar o colapso do dólar: "Se a criptomoeda de ouro dos Brics acontecer, trilhões em dinheiro falso, os dólares fiduciários dos Estados Unidos, voltarão correndo para os EUA, causando hiperinflação e, por fim, destruindo o dólar americano".
A projeção do autor termina com a recorrente sugestão de que as pessoas se protejam de um eventual colapso financeiro dos Estados Unidos comprando ouro, prata e bitcoin. Há dez dias, Kiyosaki declarou que o "colapso já começou", culpando o crescimento desenfreado da dívida dos Estados Unidos, sem que o governo indique sinais de desaceleração.
A criação de uma moeda digital do Brics foi discutida pela primeira vez em 2017. Inicialmente, discutiu-se a criação de um método de liquidação para negociações comerciais envolvendo os países do bloco. Entretanto, o projeto ainda enfrenta dificuldades e teve poucos avanços concretos.
Enquanto o projeto de moeda digital comum não avança, os países do bloco estão adotando suas próprias moedas para liquidar transações internacionais. Em março do ano passado, o Brasil fechou um acordo com a China para habilitar o uso do Yuan Digital em operações comerciais envolvendo os dois países.