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Após movimentarem R$ 5 tri, stablecoins são a nova “paleta mexicana” do mercado cripto?

“Por trás do temaki e da paleta mexicana, existe uma possibilidade de educação e sustentabilidade dessa indústria”, diz executivo da Circle sobre classe de ativos que movimentou R$ 5 trilhões em abril de 2025

 (Reprodução/Reprodução)

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Mariana Maria Silva
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 16 de maio de 2025 às 17h30.

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Apenas em abril, as stablecoins movimentaram US$ 908 bilhões na rede Ethereum. Em reais, o valor ultrapassa R$ 5,1 trilhões. As criptomoedas pareadas a outros ativos, em especial o dólar, ganharam destaque em meio à infinidade de ativos digitais disponíveis para investimento.

Elas oferecem a possibilidade de dolarização facilitada, pagamentos transfronteiriços instantâneos sem burocracia e uma série de outras vantagens. Muitas delas, que resolvem dores significativas do mercado tradicional sem a exposição à alta volatilidade de criptos como o bitcoin e ether, por exemplo.

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A popularização das stablecoins entre o mercado cripto e o tradicional se tornou assunto entre especialistas no painel “Stablecoins e orquestração de pagamentos: DeFi x TradFi, cartão, empréstimos, produtos financeiros, tesouraria, liquidez e produtização; o que vem por aí?”, do evento de pré-lançamento do Blockchain Rio, realizado no InovaBRA Habitat em São Paulo.

Silvio Pegado, managing director da Ripple na América Latina, Daniel Mangabeira, vice-presidente de Estratégia e Regulação da Circle na América Latina, Leandro Noel, CEO da BRLA e Arthur Ribeiro, head de operações da Reap participaram do painel mediado por Ibiaçu Caetano, CFO do BityBank.

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Popularização das stablecoins pode ser prejudicial?

Durante a conversa, os participantes discutiram se a popularização das stablecoins como uma solução para problemas do mercado tradicional pode ser prejudicial ao setor, gerando uma “saturação” de moda passageira, em uma comparação descontraída de como aconteceu com as paletas mexicanas ou temakerias no ramo alimentício.

“Hoje o movimento de stablecoins está muito mais aprofundado do que no passado. E temos muitas premissas sobre esse movimento que se reduz à narrativa do modismo. Tivemos uma evolução regulatória que tangibiliza essa discussão, os ativos digitais estão no topo da agenda pública do nosso regulador. Além do Brasil, podemos citar Argentina, União Europeia, EUA. E precisamos de educação para possibilitar a criação de novas ideias e tornar esse movimento mais fluido. Por trás do temaki e da paleta mexicana, existe uma possibilidade de educação e sustentabilidade dessa indústria”, disse Daniel Mangabeira, da Circle.

“Essa é uma indústria em construção, não podemos perder esse foco. Tem um monte de coisa que está na moda, mas se a gente abstrai o modismo e tenta extrair algo disso, são dificuldades que temos que transpor. Temos muitas semelhanças com a evolução das finanças tradicionais, mas temos muitas dificuldades que ainda temos que descobrir como solucionar, construindo essa interoperabilidade. Temos um mundo tradicional que já existe e bem ou mal, funciona. E temos uma tecnologia que é incrível, pode fazer as coisas funcionarem de forma muito mais eficiente, mas ainda temos desafios. O potencial é muito maior”, acrescentou Mangabeira.

Um relatório do Standard Chartered revelou recentemente que as stablecoins podem criar um mercado de US$ 2 trilhões, ou R$ 11,3 trilhões, até 2028. Já o Citi acredita que elas serão maiores que o mercado de criptomoedas, que hoje vale US$ 3,3 trilhões, e farão parte das finanças convencionais.

Aceitação no mercado tradicional

Ao mesmo tempo, as stablecoins ainda se apresentam como um assunto novo para muitos players da indústria. Silvio Pegado, da Ripple mencionou como a empresa busca trazer players tradicionais para o mercado de stablecoins e criptomoedas.

“Como um banco entra nesse mercado? Ele nunca vai entrar cheio de USDTs. Ele vai pegar o dinheiro em reais e usar algum provedor para fazer a conversão. Qual o tamanho do mercado de câmbio no Brasil? E qual o tamanho desse mercado que vai começar a entrar em algum provedor de stablecoins? É uma tecnologia bacana, existem muitos desafios, mas a hora é agora. Estamos no mercado há anos e enxergamos agora a oportunidade de colocar tudo isso em prática”, disse ele durante o painel no pré-lançamento do Blockchain Rio.

“É sempre como a gente traz a indústria tradicional para essa conversa. As pessoas não precisam saber o que está dentro da caixa preta”, acrescentou, mencionando que uma simples mudança do termo “cripto” para “token” ou “stablecoin” pode fazer a diferença na hora de inserir a tecnologia no mercado tradicional.

Na Circle, segundo Mangabeira, o foco é o desenvolvimento de uma rede que permita uma camada de integração entre a Web3 e o sistema tradicional, chamada Circle Payments Network.

“Acho que só no momento em que a gente tiver essa integração podemos descansar. Quero que meus pais e avós usem essa tecnologia sem saber que estão usando, e ainda não chegamos lá. Precisamos dessa camada de integração para que essa tecnologia, que é incrivel, possa chegar a todo mundo”, concluiu.

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