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(Ting Shen/Bloomberg via/Getty Images)
Editora do Future of Money
Publicado em 18 de setembro de 2025 às 09h30.
Última atualização em 18 de setembro de 2025 às 10h42.
A política monetária dos Estados Unidos influencia uma série de investimentos do mercado financeiro e com as criptomoedas não é diferente. Aumentos e cortes na taxa de juros podem impactar o apetite ao risco de investidores por este tipo de investimento que costuma oscilar mais que o tradicional e, por isso, especialistas e investidores acompanham de perto as decisões do Federal Reserve.
Na última quarta-feira, 17, o Banco Central norte-americano divulgou um corte de 0,25% na taxa de juros dos Estados Unidos após a reunião mensal do Comitê Federal do Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês). A medida, já esperada pelo mercado com mais de 90% de chance, segundo dados da CME, não surpreendeu.
No entanto, seu impacto ainda poderá ser sentido no mercado cripto nos próximos meses, segundo especialistas. Isso porque além do preço, o corte de juros pode impactar outros fatores envolvendo ativos digitais, como por exemplo a rotação de capital.
"Os US$ 7,5 trilhões estacionados nos mercados monetários representam um dos maiores volumes de capital à espera de direção. À medida que os rendimentos se comprimem, esse capital buscará novos destinos. As ações tradicionais irão absorver uma parte, mas os ativos digitais estão sendo cada vez mais reconhecidos como uma alternativa credível nos portfólios institucionais”, disse Roshan Robert, CEO da OKX nos Estados Unidos.
“A medida abre caminho para a redução gradual das taxas de curto prazo, enquanto os rendimentos de longo prazo tendem a se estabilizar, um movimento que costuma favorecer os ativos de risco sem gerar picos passageiros. No mercado cripto, esse cenário geralmente sustenta a demanda por bitcoin e ether e pode se estender a altcoins de grande capitalização e alta qualidade, desde que o financiamento e a base de futuros permaneçam estáveis”, disse Guilherme Nazar, vice-presidente regional da Binance para América Latina.
“Essa conjuntura de dados econômicos para as próximas reuniões do FOMC pode fazer com que esse processo de rotação do capital da renda fixa para o bitcoin seja mais intenso”, disse o time de research do Mercado Bitcoin em nota enviada à EXAME.
"Daqui em diante, os próximos passos do Fed dependerão principalmente dos dados de emprego e inflação: eles vão indicar se haverá espaço para novos cortes ainda este ano ou se a autoridade monetária optará por uma pausa. Caso o discurso do banco central siga consistente, a participação internacional nas sessões de negociação deve ganhar força", explicou Guilherme Nazar, da Binance.
“Os ETFs são um importante termômetro para visualizar se essa rotação de capital está acontecendo. É preciso acompanhar se esses fluxos de ETFs vão se intensificar para confirmar, e aí a tendência é que o bitcoin consiga sair dessa zona de consolidação em que está agora, entre os US$ 107 mil até a última all time high de US$ 123 mil, e consiga superar essa marca, alcançando novamente a etapa de descoberta de preço, fazendo novas altas históricas”, acrescentaram os analistas de research do Mercado Bitcoin
“O corte é um sinal claro de que o Fed está disposto a estimular a economia, e injeção de liquidez é algo que sempre beneficia e muito as criptomoedas. Ativos escassos como o bitcoin, inclusive, não só ganham com a valorização trazida por uma eventual maior liquidez no mercado, mas também pela narrativa de proteção contra a inflação que naturalmente acompanha esses estímulos artificiais à economia”, disse André Sprone, gerente de crescimento na MEXC para América Latina.
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