A16z fala sobre a evolução da internet e caminho até alternativa descentralizada e controlada por uma comunidade - a chamada web3 (iStockphoto/iStockphoto)
O a16z, um dos principais fundos de investimento em startups, que investiu em empresas como Facebook, Twittter, AirBnb e várias outras gigantes em seus estágios iniciais, e que atualmente conta com empresas como a plataforma OpenSea, o protocolo Avalanche, a Dapper Labs e o blockchain Solana no seu portfólio, lançou a primeira edição do seu novo relatório anual sobre o mercado cripto que, segundo a empresa, está "apenas começando".
“Esse relatório é para qualquer um que procure entender a evolução da internet e onde estamos no caminho até uma alternativa descentralizada e controlada por uma comunidade à web2 – especialmente no que se refere aos criadores de conteúdo e outros construtores”, diz o texto, que passa pelos cinco temas mais relevantes deste mercado em 2022.
De acordo com os analistas da a16z, os números são o principal gancho do mercado cripto, são eles que geram interesse, que geram ideias e atividade, acabando em inovação. Esse ciclo foi chamado por eles de “ciclo de preço-inovação”. “Essa é a força motriz que moveu a indústria ao longo de várias ondas desce a criação do bitcoin em 2009”, explicam.
“Considere que quaisquer fundadores que zombaram de tecnologia e da internet no começo dos anos 2000 durante a bolha.com perderam as melhores oportunidades da década: computação na nuvem, redes sociais, streaming de vídeo, smartphones, etc. Agora é a hora de considerar que os sucessos equivalentes estarão na Web3”, completa a empresa.
O time da investidores conduziu uma análise de dados para descobrir quanto mais a web3 paga seus criadores de conteúdo comparado a web2 – em 2021, as vendas de NFTs na plataforma OpenSea, assim como royalties de vendas secundárias, geraram um total de US$ 3,9 bilhões para criadores de conteúdo, quase 4 vezes mais do que o US$ 1 bilhão pago pela Meta. Esse valor fica ainda mais distante levando em conta a quantidade de criadores em cada plataforma: enquanto mais de 3 bilhões de usuários usam o Facebook e o Instagram, somente 23.400 criadores de conteúdo para a web3 foram identificados.
Algumas das empresas investidas pelo fundo já estão causando impacto no mundo real, conforme mostra um dos slides da apresentação, como é o caso da Sound.xyz, que com o uso de um blockchain, permite que músicos monetizem sua arte sem um intermediário, como os serviços de streaming, ou a Goldfinch que usa cripto para possibilitar empréstimos à países emergentes.
“A lista continua”, diz o relatório. “Organizações autônomas descentralizadas (DAOs) mostram como estranhos podem coordenar e cooperar economicamente para atingir objetivos. NFTs garantem às pessoas propriedade virtual de fotos de perfil, artes, música, itens dentro de jogos, passes de acesso, terrenos em mundos virtuais e outros bens digitais. Cripto é muito mais do que uma inovação financeira – é social, cultural e tecnológica”, completa.
Conforme explica a a16z, a popularidade da rede Ethereum, Ethereum mais usado por desenvolvedores com larga vantagem, pode ser uma faca de dois gumes.
Já que priorizou a descentralização à escalabilidade, outros blockchains como Solana, Polygon e Avalanche estão crescendo rapidamente com promessas de maior rapidez nas transações por taxas menores. Para efeitos de comparação, o texto explica que enquanto a rede do ether tem quase 4.000 desenvolvedores, Solana tem quase 1.000 e o Bitcoin 500.
“Enquanto é difícil saber exatamente o número de usuários da web, estimamos que existam entre sete e cinquenta milhões de usuários ativos na rede Ethereum hoje, baseado em vários dados on-chain. Fazendo uma analogia com o início da internet, isso nos coloca em cerca de 1995 em termos de desenvolvimento”.
Segundo estimativas de uma das empresas que mais se faz presente no ecossistema cripto, a web3 pode atingir 1 bilhão de usuários até 2031.
“Você ainda está adiantado. Ainda há muito para ser feito. Vamos continuar construindo”, finaliza o relatório, fazendo um contraponto à ideia de que o "bonde" das criptos já passou.
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