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Análise: bitcoin está longe de recuperar as quedas de agosto

Principal criptomoeda do mercado mantém resiliência no cenário de aversão ao risco atual, mas ainda está longe de recuperar perdas

 (Bruno Faiotto/Exame)

(Bruno Faiotto/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 26 de setembro de 2023 às 17h00.

Última atualização em 26 de setembro de 2023 às 17h34.

Por Lucas Costa*

Os mercados enfrentam uma semana de aversão ao risco, após a comunicação mais dura do FOMC em sua última coletiva de imprensa. A surpresa na projeção de uma taxa de juro mais elevada para 2024 e 2025 trouxe a percepção de um ciclo mais lento de corte de juros no futuro.

O efeito sentido nos mercados foi uma queda de 3,03% no S&P 500 e aumento de força do dólar global (DXY), valorizando 2,50% neste mês de setembro. Apesar do cenário desfavorável aos ativos de risco, o bitcoin trabalha com 0,91% de alta no mês de setembro, ainda que seja uma recuperação tímida em relação à queda de 11,30% no mês de agosto.

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A agenda para a semana é relativamente esvaziada, mas terá dados importantes. Na sexta-feira, as atenções se voltarão para o índice PCE, e a expectativa é de que o núcleo da inflação permaneça controlado, sugerindo um ambiente econômico relativamente estável.

No entanto, é fundamental notar que o consumo parece mostrar sinais de enfraquecimento em agosto, o que pode ser atribuído a uma base de comparação forte em julho. Além disso, esta semana marca o retorno dos membros do FOMC ao cenário público após um período de silêncio, com destaque para os comentários de Jerome Powell. Mais informações podem ser adquiridas no relatório “Spoiler Macro” da equipe de Macro Strategy do BTG Pactual.

O S&P 500 acelerou o movimento de queda e se aproxima de fechar o segundo mês consecutivo de baixa. A tendência primária é de alta, mas observamos o aumento da pressão vendedora desde o início de setembro. No curto prazo, o principal índice de ações americano fez uma tentativa de reversão de alta para baixa, com cruzamento das médias móveis de 21 e 50 períodos, indicando aumento da pressão vendedora.

O rompimento do fundo anterior em 4.420 acionou um novo pivô de baixa e o preço atingiu a nossa projeção de Fibonacci em 4.312,0, conforme citado no último artigo.

A região atual é um suporte relevante (topo de fevereiro de 2023), mas a continuidade das quedas pode levar ao teste da projeção de 161,8% do pivô de baixa citado em 4.135,0. O price action recente mostra a formação de máximas e mínimas mais baixas, com aumento da amplitude nos dias de queda, sugerindo falta de reação da ponta compradora.

O bitcoin fechou a última semana com queda de 1,06% e permanece lateralizado no curto prazo. A principal cripto se mantêm resiliente no cenário de aversão ao risco atual, mas está longe de recuperar as quedas do mês de agosto. O preço trabalha abaixo da média móvel de 200 períodos em US$ 28 mil e o indicador deve oferecer algum tipo de resistência em tentativas de recuperação.

O próximo suporte é o fundo anterior em US$ 25 mil e seu rompimento pode levar a correções mais profundas até US$ 21,3 mil. O cenário de recuperação do bitcoin depende de um cenário de enfraquecimento do dólar e recuo do rendimento dos títulos de dez anos, que ainda exercem pressão vendedora nas criptos.

O ether, a criptomoeda nativa da rede Ethereum, tem contração de volatilidade e se aproxima de fechar o seu terceiro mês de queda. O gráfico diário mostra dominância da ponta vendedora, com cruzamento das médias móveis de 21 e 50 períodos. O principal suporte é o fundo anterior em US$ 1.525 e seu rompimento pode acelerar o movimento de queda até suportes de março de 2023 em US$ 1,4 mil.

*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.

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