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Análise: bitcoin começa março com correção após piora no mercado de risco

Criptoativo estava resiliente ao aumento do sentimento de aversão ao risco dos mercados globais, mas não conseguiu sustentar o movimento

S&P500 falhou em dar continuidade na recuperação e vem trabalhando em queda, o que afeta o bitcoin (Reprodução/Reprodução)

S&P500 falhou em dar continuidade na recuperação e vem trabalhando em queda, o que afeta o bitcoin (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 7 de março de 2023 às 16h48.

Por Lucas Costa*

O bitcoin fechou estável no mês de fevereiro, mas março inicia com a falha de rompimento do topo anterior e aumento da pressão de venda. O principal criptoativo do mercado estava resiliente ao aumento do sentimento de aversão ao risco dos mercados globais, mas não conseguiu sustentar o movimento e iniciou um processo de correção, ainda que leve.

O S&P500 teve desvalorização de 2,80% no mês de fevereiro e o DXY (dólar global) teve alta de 2,81%. Na próxima sexta feira, teremos o relatório de emprego não agrícola (Payroll), que mostra a situação do mercado de trabalho norte-americano. Na última leitura, o indicador mostrou a criação de 517 mil novas vagas, sinalizando mercado de trabalho aquecido e provocando o aumento das pressões inflacionárias. A expectativa é que a próxima leitura indique patamares mais baixos. Surpresas altistas podem provocar um aumento da pressão vendedora no S&P 500.

O aumento de complexidade do ambiente macro para os ativos de risco acaba pressionando o Bitcoin e outros criptoativos, uma vez que eles são mais sensíveis em relação à mudança das políticas de juros. O aumento da interação do mercado cripto com a indústria financeira tradicional faz com que os movimentos sejam bastante correlacionados.

O S&P500 falhou em dar continuidade na recuperação e vem trabalhando em queda essa semana. O contexto de curto e médio prazo também é de baixa, com a média móvel de 21 semanas trabalhando abaixo da média móvel de 50 semanas. O índice americano falhou em romper o topo anterior em 4.137,75 e tivemos aumento da pressão vendedora.

O rompimento do fundo anterior em 3.950 pode levar o preço ao teste do fundo anterior em 3.790,50. A sequência de falhas de rompimento de topo seguido por falhas de rompimento de fundo cria um cenário lateral para as próximas semanas.

Gráfico

(TradingView/Reprodução/Reprodução)

O bitcoin encontrou resistência em US$ 25.000 e a piora de cenário no mercado de risco trouxe um aumento da pressão de venda para o criptoverso. No gráfico diário, a tendência de curto prazo é de alta, mas passa por uma tentativa de reversão para baixa.

O aumento da amplitude dos dias de queda em relação aos dias de alta sinaliza que o movimento de correção pode se intensificar, caso o preço perca o fundo anterior em US$ 21.500. O próximo ponto de aceleração para o bitcoin é o rompimento do topo em US$ 25.000, com objetivo no topo de junho/22 em US$ 32.000.

Gráfico

(TradingView/Reprodução/Reprodução)

*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.

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