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Especialista em criptoativos
Publicado em 9 de agosto de 2025 às 10h02.
A dominância do bitcoin vem caindo nos últimos dias, sinal de que está existindo uma rotação de capital para criptos de menor valor de mercado.
Na sexta-feira, 8, o ether finalmente conseguiu romper a barreira dos US$ 4 mil e essa força pode servir como o empurrão inicial que as altcoins precisavam para começar a se destacar.
Muitas já vinham apresentando bons desempenhos nos últimos sete dias, como XRP, que valorizou 13% neste período, SOL (6%), LINK (20%) e ADA (12%).
Historicamente, essas criptomoedas mais sólidas e de market cap robusto, chamadas de Large Caps, são as primeiras a ganhar momentum depois que o ether salta. É um indício importante de que podemos estar caminhando para uma altseason.
Precisamos ficar cada vez mais atentos a esses movimentos de fluxo de capital para entender a melhor hora de agir e buscar rendimentos mais consistentes neste ciclo.
Parte disso é saber como o dinheiro costuma migrar entre faixas de capitalização, de bitcoin e ether para large caps, depois mid e small caps, e até microcaps, cada uma com riscos e potenciais diferentes.
Vamos entender.
No mercado financeiro tradicional, "blue chip" se refere a ações de empresas grandes, estáveis e bem estabelecidas, com histórico de bom desempenho e grande liquidez. São encaradas como investimentos mais seguros por seu crescimento constante de receita e lucro, reduzindo o risco em comparação a companhias menores e menos maduras.
A criptoesfera pegou emprestado o conceito para descrever criptos que são amplamente reconhecidas, têm grande market cap, são negociadas em diversas exchanges e contam com uma base de usuários e desenvolvedores sólida. Hoje, costumam levar essa classificação o bitcoin e o ether.
As Blue Chips são o “suco” de um grupo maior batizado de Large Caps, ativos com capitalização de mercado geralmente a partir dos US$ 10 bilhões, localizadas entre as 20+ do ranking cripto.
As Large Caps englobam três aspectos essenciais: alta liquidez, utilidade real na rede e aceitação institucional.
Costumam ter um mercado sempre movimentado, com grande quantidade de investidores comprando e vendendo ativamente. Isso significa que é mais fácil negociar essas criptos a preços justos, sem precisar esperar demais. Para o investidor, essa liquidez dá liberdade para ajustar o portfólio com rapidez, aproveitando oportunidades ou reduzindo riscos quando necessário.
As Large Caps estão por trás de projetos sólidos, com casos de uso claros e adoção ampla. Oferecem serviços, tecnologias ou soluções que já são parte ativa do ecossistema cripto, o que dá mais segurança de que não são só um hype passageiro.
São alvo de grandes investidores e empresas. Isso se traduz em aportes bilionários, inclusão em produtos financeiros como ETFs (como é o caso hoje dos ETFs à vista de BTC e ETH, e o ETF de SOL com Staking), tesourarias e presença em carteiras de fundos. Essa aceitação reforça a credibilidade do ativo e tende a atrair ainda mais capital para o mercado.
São projetos com capitalização intermediária, geralmente entre US$ 1 bi e US$ 10 bi, com maior maturidade que small caps, mas ainda com espaço para crescimento.
Elas entregam bom potencial de valorização com menos ruído operacional que as small caps e também tendem a ter boa liquidez e roadmaps mais executáveis.
Na sua carteira, elas oferecem exposição a crescimento e com risco moderado, funcionando para os investidores que querem upside sem saltar direto para ativos em estágios mais iniciais.
Alguns exemplos: Ethena (ENA), VeChain (VET) e Arbitrum (ARB).São projetos com capitalização menor, geralmente posicionados além dos 100 primeiros do ranking, ainda em estágio de crescimento, mas com produto ou comunidade em desenvolvimento.
O potencial de valorização é frequentemente acima da média, embora venham com mais ruído operacional que as mid caps. A liquidez é reduzida, a evolução de produto carrega mais incerteza e tem maior sensibilidade a notícias.
Na carteira, podem funcionar como alavancas de retorno, porque dão exposição a narrativas emergentes e ganhos assimétricos, mas as alocações devem ser controladas e ter regras claras de gestão de risco.
Flow (FLOW), Starknet (STRK) e EigenLayer (EIGEN) são algumas criptos neste grupo.
São tokens tipicamente abaixo de US$ 100 milhões, muitas vezes ainda em fase inicial ou com mercado muito pouco desenvolvido.
Podem ter valorizações explosivas quando uma tese vinga, mas a aposta vem acompanhada de riscos muito elevados, por conta de baixa liquidez e maior chance de falhas técnicas ou de governança, além de grande volatilidade.
No portfólio, devem ser vistas como apostas experimentais. É o tipo de cripto que funciona para investidores com mais tempo de mercado. A alocação deve ser mínima, usada para buscar retornos extremos sem comprometer a estrutura geral da carteira.
Muita atenção: a alocação varia com experiência, horizonte e tolerância ao risco.
Para quem prefere jogar na defesa, manter a maior parte em Blue Chips costuma ser o caminho mais seguro. Já quem busca multiplicar ganhos pode recorrer a Small Caps (ou até Microcaps) desde que mantenha disciplina no tamanho das posições.
E por que é importante entender a diferença? Porque cada faixa de capitalização cumpre um papel próprio no ciclo de mercado.
Blue Chips dão base e sustentação, Large e Mid Caps carregam potencial de crescimento mais equilibrado, enquanto Small Caps e Microcaps concentram as apostas mais ousadas, onde a assimetria é mais evidente.
Saber onde cada ativo se encaixa ajuda a ler melhor os fluxos de capital, antecipar movimentos e montar uma estratégia que aproveite o melhor de cada momento.
Além disso, permite equilibrar retorno e segurança, dimensionando o risco de forma consciente para que nenhuma posição isolada comprometa tudo o que você conquistou com esforço ao longo do tempo.
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