Durante a manhã, preço do bitcoin subiu para 56.100 dólares, atingindo auge desde 12 de maio e elevando ganhos mensais para 27% (Dado Ruvic/Illustration/Reuters)
Coindesk
Publicado em 8 de outubro de 2021 às 12h15.
O bitcoin obteve a maior alta em cinco meses na manhã desta sexta-feira, 8, frente à divulgação do relatório laboral mensal norte-americano NFP, que poderia acabar com as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) iria diminuir o pacote de estímulos à economia em novembro.
A maior criptomoeda em valor de mercado subiu para 56.100 dólares, atingindo seu auge desde 12 de maio e elevando os ganhos mensais para 27%. No momento, depois de um leve recuo após a alta, é negociada por 54.500 dólares.
O relatório que denomina a quantidade de empregos gerados por mês – excluindo os trabalhos rurais – nos EUA está marcado para sair na tarde desta sexta-feira, 8, e a expectativa é que 500 mil empregos tenham sigo gerados em setembro, mais que o dobro do número de agosto, que ficou em 235 mil. A taxa de desemprego norte-americana pode cair de 5,2% para 5,1%, de acordo com a FXStreet.
Desde o início da pandemia em 2020, o bitcoin se tornou sensível ao lançamento de macrodados, como o NFP, que influenciam a política monetária do FED. Dessa vez, no entanto, a criptomoeda pode ignorar tais dados, mesmo se eles atenderem às expectativas e abrirem o caminho para uma redução do FED. Um relatório fraco poderia, em todo caso, ser positivo para o preço de ativos em geral.
A indiferença do bitcoin acontece por conta de seu mercado estar atualmente focado na especulação de que reguladores norte-americanos aprovarão em breve um ETF de futuros de bitcoin, abrindo as portas para mais dinheiro vindo do mercado mainstream. A criptomoeda aparenta estar bem firme, tendo se dissociado do mercado de ações e se recuperado muito bem do nível de 40 mil dólares, apesar de macro desenvolvimentos adversos na participação institucional, o que foi alertado pelo crescente premium de futuros listados na Chicago Mencantile Exchange (CME).
“O bitcoin está muito forte”, disse Pankaj Balani, CEO da Delta Exchange. “A criptomoeda digeriu todas as notícias negativas sobre a China nas últimas semanas, o que é um sinal muito positivo”.
“Houveram novas atividades de compra à vista de BTC, e olhando para a ação no preço, nós esperamos observar uma nova alta histórica nas próximas semanas”, disse ele. O recorde atual no preço do bitcoin é de 64.801 dólares em abril.
De acordo com a QCP Capital, de Singapura, houve uma quantidade gigantesca de compra de contratos futuros da CME. “Existem muitas razões para o otimismo: a estabilização da situação da Evergrande, possíveis aprovações de ETFs de bitcoin nos EUA, a adoção das finanças tradicionais, como o fundo de George Soros”, afirmou a QCP Capital.
Analistas afirmaram no último mês que o bitcoin continuaria resiliente a qualquer redução do FED. Estando no extremo oposto da curva de risco, o bitcoin sofreu quedas em maio que fizeram com que o preço saísse de 58 mil dólares para 30 mil, quando o FED anunciou o final antecipado do programa de estímulos. Foi nesse momento que as preocupações com a redução surgiram pela primeira vez.
“O mundo cripto não está prestando muita atenção na redução quantitativa do programa de estímulos, e certamente há um monte de dinheiro flutuando no sistema, buscando investir em projetos cripto”, afirmou Anthony Vince, head de trading na GSR, no último mês.
A QCP Capital está otimista, mas com cautela, e vislumbra um recuo no movimento de alta, se a alavancagem, medida pelos juros em aberto de contratos futuros, continuar a subir. “Os juros em aberto de BTC estão alcançando níveis (vistos no gráfico abaixo) que tendem a anteceder uma pressão vendedora no mercado. Começaremos a ser cautelosos com o risco potencial de queda, se os níveis de juros em aberto continuarem a subir”, afirmou a QCP Capital.
Os juros em aberto de contratos futuros mais do que triplicaram em um ano, fazendo com que o mercado se tornasse mais vulnerável aos fracassos na alavancagem.
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