Criptomoedas meme voltaram a disparar no mercado (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 8 de abril de 2024 às 16h37.
Última atualização em 8 de abril de 2024 às 16h51.
As criptomoedas meme foram o grande destaque de março, iniciando um novo ciclo de valorização significativa no último mês após voltar a atrair o interesse de investidores. Com isso, uma "memecoin" — como os ativos também são conhecidos — lidera o ranking de maiores altas das 60 principais criptos do mercado em março, de acordo com a QR Asset.
Murilo Cortina, diretor comercial da QR Asset, pontua que o último mês foi "mais lateralizado para o bitcoin e para o ether, mesmo com grandes desenvolvimentos para ambos os lados. O bitcoin já se encontra no congestionado halving trade, no qual, historicamente, vemos uma lateralização no preço e, depois, nos dez a 12 meses seguintes, novas altas sendo alcançadas — se nos basearmos apenas em séries passadas".
"Enquanto isso, a Ethereum teve sua tão aguardada atualização, chamada Dencun, que reduziu drasticamente o valor por transação utilizando protocolos de segunda camada. Independentemente da variação do preço, estamos em um momento muito importante deste mercado, com uma maior adoção institucional, e devemos ver cada vez mais a sua evolução, podendo ser acompanhada diretamente por um aumento de preço ou não", destaca.
Segundo o ranking, a criptomoeda com maior alta em março foi a Pepe, que acumulou um ganho de 222% no mês. Cortina explica que "as memecoins apresentaram uma valorização fora do comum. Com a narrativa do halving, instituições investindo massivamente em cripto e o ecossistema crescendo como um todo, cria-se o ambiente perfeito para memecoins surgirem rapidamente, apresentando retornos impressionantes.
"Porém, da mesma forma com que sobem, também têm o potencial de queda bastante acentuado. Vale lembrar que esses projetos ainda não propõem nenhuma implementação clara da tecnologia blockchain e se sustentam mais na fé das pessoas em colher grandes retornos, com pequenas quantias alocadas. Talvez seja um ponto de atenção no mercado, e possamos ver algumas correções no curto prazo, à medida que o halving se aproxima", pondera.
Completam o ranking as criptomoedas Jupiter — que subiu 219% apoiada na popularidade crescente da Solana —, a Ribbon Finance, com alta de 136%, o Bitcoin Cash, que subiu 128% em meio às expectativas sobre o halving do bitcoin, e a Fantom, com alta acumulada de 118%.
Já na ponta negativa, a maior queda em março foi do ARB, criptomoeda nativa da Arbitrum, que recuou 14%. Cortina explica que "foi programado um desbloqueio de 1,11 bilhão de tokens ARB, representando, aproximadamente 76,62% do fornecimento circulante atual. Com isso, o token caiu significativamente e ainda tem espaço para cair mais, à medida que acontece a liberação".
"Também historicamente, após desbloqueios gigantes como esse, o preço do token tende a reagir bem no médio prazo, recuperando parte de sua força. A Arbitrum é um projeto muito importante dentro do ecossistema do Ethereum e, após a última atualização da rede Ethereum, projetos de segunda camada como Arbitrum, Optimism, Base, entre outros, devem ter ainda mais importância no seu modelo", destaca.
Completam a lista a Celestia, com queda de 13%, o Tron, que recuou 12%, o LDO — da Lido DAO e que caiu 11% —, e a Injective, com perda de 9,99%. Cortina destaca o recuo do LDO, que reflete os vários "desafios significativos" enfrentados no mês pelo projeto.
"A dificuldade na aprovação de um ETF de ether à vista — que requer classificação da SEC sobre o ether como um valor mobiliário ou commodity — juntamente com a recente atualização da Ethereum, a Dencun, voltada para projetos de segunda camada, contribuíram para a queda de desempenho do Lido", comenta.
Ele diz ainda que "além disso, ajudaram a puxar para baixo o aumento da concorrência na oferta de staking líquido e possíveis preocupações sobre a escala da rede, que foram expressas pela comunidade da Ethereum, incluindo Vitalik Buterin, um dos principais criadores".
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