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Agentes de IA: entenda como "colegas de trabalho virtuais" são próxima fronteira da tecnologia

Vice-presidente da IBM Consulting destacou potencial dos agentes de inteligência artificial para trazer mais eficiência e reduzir custos de empresas

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 3 de dezembro de 2024 às 14h01.

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Colegas de trabalho virtuais. É assim que Carlos Augusto Lopes, senior partner e vice-presidente da IBM Consulting na América Latina, define os chamados agentes de IA. Em sua participação no evento IBM AI Experience LA, Lopes destacou que eles deverão ser a "próxima fronteira" da inteligência artificial, com grande potencial para as empresas.

O executivo explica que há uma diferença entre os agentes e as chamadas assistentes de IA, que em geral são as ferramentas de IA generativa, como o ChatGPT. "As assistentes ajudam em tarefas específicas como escrever, criar códigos, e são aplicações que ajudam o ser humano a trabalhar", resume.

"Na prática, porém, elas não realizam as tarefas em si. É uma inteligência aumentada. Os agentes invertem essa lógica, porque todos têm acesso à informação", comenta. Com isso, os agentes de IA conseguem realizar uma tarefa "de ponta a ponta", realizando de forma autônoma todas as atividades necessárias para cumprir um determinado comando.

Lopes explica que os agentes "conseguem realizar e coordenar as atividades. Eles funcionam de forma autônoma, sem a necessidade de interagir com humanos e conseguem aprender e ajudar o humano quando é necessário".

Agentes de IA na IBM

Apesar dos agentes de IA terem ganhando mais espaço com o avanço da inteligência artificial generativa, o executivo da IBM explica que eles já existiam antes disso. Na prática, os agentes combinam diferentes vertentes da IA, incluindo a generativa e as técnicas de aprendizado de máquina (Machine Learning, em inglês) para realizar suas tarefas.

"O que está ocorrendo agora é um aumento da inteligência desses agentes por meio da IA generativa, dando mais capacidade para eles. Hoje, eles conseguem fazer coisas que não eram capazes há 3 anos", explica o executivo.

A própria IBM decidiu implementar os agentes em sua operação. Na área de consultoria, Lopes estima que 50% da força de trabalho é de pessoas e 50% é de agentes. Mesmo assim, o pessoal da empresa aumentou três vezes, enquanto os negócios cresceram cinco. Lopes avalia que os agentes "mudaram nossa competitividade na América Latina".

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Lopes acredita que o futuro contará com agentes de IA interagindo entre si, sem nenhuma participação de humanos nas interações. Entretanto, isso também cria desafios. De um lado, a área de recursos humanos das empresas "vai precisar se preocupar também com o treinamento dos agentes de IA, porque sem essa melhora constante o ganho de produtividade se perde".

Além disso, as alucinações de IAs também serão um desafio, já que idealmente elas não podem ocorrer em atividades sem supervisão humana. Nesses casos, o executivo da IBM acredita que estabelecer sistemas de controle de IAs e uma combinação de tecnologias será mais frutífero para as empresas.

Lopes vê, ainda, casos em que há ou uma falta de confiança dos humanos nos agentes ou um excesso de confiança. O risco, portanto, é de uma dependência crescente dos humanos em relação aos agentes de IA, já que eles passarão a efetivamente comandar processos, sem conhecimento aprofundado dos humanos. Há também um custo computacional "alto e intenso".

"Os agentes de IA ainda devem ficar no backoffice. Mas vai ter que pensar nessa interação com humanos, nesse caso os funcionários", defende o executivo.

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