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Ações de corretora cripto derretem após prejuízo de US$ 430 milhões

Coinbase, maior corretora cripto dos EUA, anunciou resultados do primeiro trimestre de 2021 e não agradou investidores; queda nos papéis passa de 65% no último mês

Desde o início do ano, a companhia já perdeu 78% de seu valor de mercado (Chesnot / Colaborador/Getty Images)

Desde o início do ano, a companhia já perdeu 78% de seu valor de mercado (Chesnot / Colaborador/Getty Images)

As ações da corretora americana de criptomoedas Coinbase derreteram nesta quarta-feira, 11. Às 16h, a ação era negociada na Nasdaq a US$ 52,97, uma queda de 27% no dia. A queda vem após a divulgação dos resultados da empresa no primeiro trimestre fiscal de 2022, que não agradou os investidores: a companhia reportou prejuízo líquido de US$ 430 milhões.

Liberado na noite da terça-feira, o relatório também revela que a corretora, que é uma das maiores do mundo, teve faturamento de US$ 1,17 bilhão, bem abaixo da estimativa de analistas, que previam cerca de US$ 1,48 bilhão. O número também representa uma queda de 27% na comparação ano a ano.

(Mynt/Divulgação)

Quase todas as frentes de negócio da maior corretora de cripto dos EUA apresentaram queda: o fluxo de usuários mensal caiu de 11,4 milhões no último trimestre fiscal do ano passado para 9,2 milhões no primeiro trimestre de 2022, enquanto o volume total de negociação teve queda de US$ 547 bilhões para US$ 309 bilhões, no mesmo período.

A área da exchange que mais queimou caixa foi a de compliance, que lida com os órgãos reguladores. As despesas foram de US$ 1,72 bilhão, na primeira vez em que o valor foi maior do que a receita da empresa, desde que ela começou a ser negociada publicamente em bolsa. “Isso é importante para nós, porque ajuda a solidificar nosso relacionamento com nossos clientes e reguladores, é outra parte da operação que é importante”, disse Emillie Choi, COO da corretora, durante a conferência dos resultados.

A empresa, no entanto, se mostrou pouco preocupada com os números e continua confiante em seu futuro e no futuro da tecnologia blockchain, que sustenta os criptoativos. “Acreditamos que essas condições de mercado não são permanentes e continuamos focados no longo prazo”, disse a companhia em sua carta aos acionistas, liberada junto com o demonstrativo financeiro. Enquanto continuamos investindo e melhorando nossa plataforma principal de investimentos, a era das aplicações de cripto está diante de nós, liderada pelos NFTs e as finanças descentralizadas, estamos cada vez mais focando nossos esforços nessas oportunidades de mercado”, completou a empresa.

As ações da Coinbase são das que mais sofreram até agora no ano — com a inflação americana nas alturas, a maior nos últimos 40 anos, ações de empresas de tecnologia têm sido extremamente penalizadas, já que o Fed deve continuar subindo as taxas de juro para ajudar a contê-la, o que, por sua vez, provoca fuga de capital em mercados de risco. Junte a isso a queda de preços no mercado cripto, e a COIN (código de negociação das ações da Coinbase) foi duplamente penalizada.

Desde o início do ano, a companhia já perdeu 78% de seu valor de mercado. Durante o último mês, quando o mercado cripto viu uma forte correção, que dura até hoje, na qual o bitcoin chegou a valer menos que US$ 30 mil pela primeira vez em mais de um ano, as ações da corretora derreteram 65%, bem distante da sua máxima histórica de US$ 368.

Diversos relatórios e análises de bancos de investimento dos EUA cortaram o preço-alvo para Coinbase e demonstraram dúvidas sobre sua capacidade de entregar resultados no futuro. “A receita foi abaixo do esperado em todas as categorias, enquanto as despesas cresceram mais rápido do que o antecipado, levando o resultando bastante para baixo”, escreveu um analista do maior banco do mundo, o JPMorgan, que cortou o preço-alvo da ação de US$ 258 para US$ 171.

O Goldman Sachs, outro dos principais bancos de investimento do mundo, rebaixou a ação do status de compra para neutro, explicando que é pouco provável que a Coinbase volte a ser rentável em um futuro próximo. “Em um cenário no qual o mercado está focado em capacidade de gerar lucros, risco de uma recessão, e o fim de uma exuberância causada pela pandemia em negociações do varejo, acreditamos que as ações COIN vão ter dificuldades em performar melhor do que a média no curto prazo”, escreveu o analista.

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