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Ações criminosas envolvendo criptoativos estão se tornando cada vez mais diversas e profissionais

A crescente adoção de stablecoins e a expansão do escopo de atos ilícitos estão entre as principais tendências que devem fazer de 2024 um ano recorde

 (Oi/Divulgação)

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CM
Caio Motta

Sr. Customer Success Manager LatAm da Chainalysis

Publicado em 8 de fevereiro de 2025 às 11h09.

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As criptomoedas vêm se tornando cada vez mais populares e, à medida que os ambientes regulatórios amadurecem para incorporar esses ativos no Brasil e no mundo, , cresce também o interesse e o investimento por parte de quem vê nesses ativos um grande potencial para realização de atividades ilícitas.

De acordo com os dados mais recentes do 2025 Crypto Crime Report, da Chainalysis, já foi registrado um total de US$ 40,9 bilhões em valores recebidos por endereços atribuídos a indivíduos ou organizações ilícitas no último ano.

No entanto, desde 2020, esse número sobe cerca de 25% à medida que a análise contínua e novos endereços ilícitos são identificados. Se essa média se mantiver, o valor total de 2024 deve ultrapassar a marca de US$ 51 bilhões – o que significaria o segundo maior volume registrado na história, somente atrás de 2022.

Ações criminosas cada vez mais diversas e profissionalizadas

Uma série de atores ilícitos, incluindo organizações criminosas transnacionais, estão cada vez mais fazendo uso de criptomoedas para financiar crimes tradicionais, como tráfico de drogas, roubo de propriedade intelectual, lavagem de dinheiro, tráfico de pessoas e animais selvagens, entre outros. Além disso, algumas redes criminosas estão recorrendo à criptomoeda para ampliar os tipos de atividades ilícitas que realizam.

Do total de US$ 40,9 bilhões recebidos por endereços ilícitos em 2024, US$ 10,8 bilhões foram recebidos por "organizações ilícitas", termo abrangente para carteiras de serviços e indivíduos que cometem crimes cibernéticos – como hacking, extorsão, tráfico ou golpes, bem como aqueles que facilitam essas atividades vendendo a infraestrutura, as ferramentas e os serviços necessários para a lavagem de dinheiro.

Stablecoins se solidificam como a preferência dos criminosos

2024 mostrou, também, a confirmação de uma tendência relacionada aos tipos de criptoativos envolvidos em ações criminosas.

Até 2021, o bitcoin foi inequivocamente a criptomoeda mais escolhida pelos cibercriminosos, provavelmente devido à sua alta liquidez. Desde então, no entanto, observamos uma diversificação constante, com as stablecoins agora ocupando a maioria (63%) de todo o volume de transações ilícitas.

As stablecoins possuem uma ampla gama de casos de uso prático, incluindo ações relacionadas a armazenamento de valor, envio de remessas, facilitação de pagamentos internacionais e transações associadas a entidades sancionadas, incluindo indivíduos que operam em jurisdições sancionadas que geralmente têm um incentivo maior para usar stablecoins devido aos desafios de acessar o dólar americano por meios tradicionais.

Outras atividades ilícitas, como golpes ou lavagem de fundos roubados, geralmente adotam uma abordagem mais eclética e se espalham por todos os tipos de ativos.

Uso crescente da Inteligência Artificial e comprometimento de chaves privadas

O montante total de fundos roubados em 2024 atingiu a marca de US$ 2,2 bilhões, um crescimento de 21% quando comparado a 2023. No geral, os comprometimentos de chaves privadas foram responsáveis pela maior parte (43,8%) das criptomoedas roubadas. Vale destacar, ainda, o uso crescente de inteligência artificial (IA) nessas iniciativas criminosas, como em ataques de extorsão altamente personalizados.

Ao analisar esse cenário, percebemos que os criminosos estão cada vez mais competentes ao realizar suas atividades ilícitas, no entanto, quando comparamos ao volume total de operações de criptoativos, as transações associadas a atividades ilícitas caíram de 0,61% em 2023 para 0,14% em 2024. Historicamente essas taxas permanecem consistentemente abaixo de 1%.

Ainda assim, a atuação cada vez mais diversa e profissional de organizações criminosas é um sinal claro de que é necessário cada vez mais atenção e investimento em segurança cibernética e monitoramento de atividades realizadas por meio de blockchain, tanto por parte de indivíduos, quanto, principalmente, por parte das instituições e dos governos. Assim, é possível ter previsibilidade de ações ilícitas e informações rápidas e sólidas sobre atividades criminosas.

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