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Nove tendências para o mercado de criptoativos em 2022

A partir de um panorama sobre o que aconteceu em 2021, a CEO de uma corretora de criptomoedas brasileira tece nove previsões sobre o mercado de criptoativos no próximo ano

Créditos de carbono, celebridades e as eleições são apenas alguns dos fatores que podem impactar o mercado cripto em 2022 (Andriy Onufriyenko/Getty Images)

Créditos de carbono, celebridades e as eleições são apenas alguns dos fatores que podem impactar o mercado cripto em 2022 (Andriy Onufriyenko/Getty Images)

*Por Beibei Liu

O ano está terminando e chegou o momento de planejar 2022. As criptomoedas estão mais fortes do que nunca e é necessário avaliar diversos aspectos, como tendências econômicas, políticas e sanitárias para que os traders possam investir conscientemente e com mais conhecimento no ano que está por vir, aumentando assim suas chances de ganhos e de sucesso no mundo dos criptoativos.

Mas, para planejar investimento para o próximo ano, é necessário iniciar com uma reflexão de 2021 e o que mais importante aconteceu nos últimos 12 meses.

2021, o ano da volatilidade

Queda de preços: começamos o ano no auge da pandemia do coronavírus. Apesar do cenário ter melhorado, ainda há uma grande oscilação no mercado financeiro e medo de novas variantes, o que continua afetando os criptoativos. As quedas dos preços do bitcoin, do ether e das criptomoedas em geral nos últimos meses foram atribuídas a temores a respeito da propagação da variante Ômicron, da Covid-19. Outro fator que contribuiu para as perdas foi a expectativa de que o Federal Reserve, o banco central dos EUA, possa acelerar seus planos de retirar os incentivos monetários diante do cenário de inflação crescente e da retomada do mercado de trabalho.

Governo chinês vs. criptomoedas: para adicionar mais pressão sobre o mercado de criptoativos, em maio, o Conselho Estatal Chinês publicou um memorando sobre uma reunião na qual grandes autoridades comentaram de reprimir especificamente “atividades de negociação e mineração de bitcoin”. Sabemos que a China tem regulamentos rígidos sobre o mercado cripto, mas isso não significa que o país asiático está abandonando as possibilidades em uma variedade de tecnologias digitais. A China tem considerado cada vez mais que a blockchain pode se tornar um ativo econômico, político e geopolítico se bem orientada. Além disso, tem sido aplicada em diversos cenários tanto que o governo chinês lançou sua própria moeda digital - o yuan digital.

Na contramão do governo chinês, vimos El Salvador adotar a bitcoin como moeda oficial. A medida ainda está em fase de aceitação e experiência por parte da população do país, porém demonstra uma tendência que pode ser seguida por outras nações.

Popularização de criptoativos: apesar da volatilidade, as criptomoedas estão cada vez mais populares. O número de investidores aumentou exponencialmente no Brasil: o crescimento foi de 938% em 2021 segundo pesquisa realizada com base em dados da B3 e da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

 

 

Nove tendências para 2022

Bitcoin e outras criptos: apesar de ter passado por muita oscilação de preço em 2021, acredito que o bitcoin não perderá o posto de moeda mais poderosa do mercado. Porém, outros criptoativos têm se demonstrado promissoras, como a Solana, Avalanche e Axie Infinity. Outra moeda que acredito que se destacará no próximo ano é a Polkadot; ela possui um protocolo com o objetivo de conectar todos os blockchains o que é algo muito revolucionário dentro do mercado de criptomoedas.

Tokens de crédito de carbono: outra tendência que virá forte em 2022 são os tokens de crédito de carbono, como a MOSS (MCO2). Pessoas e empresas estão cada vez mais comprometidas com a conservação ambiental, portanto nada mais natural do que investir em um token lastreado em crédito de carbono usado para compensação de gases de efeito estufa. Muitos traders já estão investindo nesses tipos de criptoativos nos EUA e acredito que acontecerá o mesmo no Brasil nos próximos meses.

Fan tokens: Atlético Mineiro, Cruzeiro, Corinthians e Flamengo são alguns dos clubes brasileiros de futebol que, nos últimos meses, lançaram produtos chamados fan token que, basicamente, são um tipo de criptomoedas. O fan token é criado especificamente para uma torcida e garante benefícios exclusivos, como descontos em produtos oficiais, ingressos etc. O objetivo não é gerar retorno financeiro, mas é uma maneira do torcedor apoiar o seu time, gerando receita para o clube. Os fan tokens se mostraram extremamente populares. O Flamengo (MENGO) estreou quebrando recorde mundial ao vender um milhão de tokens em 12 minutos – portanto, acredito que outros fan tokens serão lançados ainda em 2022.

NFTs: em 2021, os NFTs tiveram um grande crescimento e deram mais impulso ao mercado. Durante a pandemia, é mais provável que as pessoas busquem uma forma desintermediada de negociar ou investir, e essa é uma das origens do crescimento do NFT. Acredito que seja promissor, não só porque é uma força motriz para os criadores de arte ou jogos, pois eles têm maior autonomia sobre suas obras e as tornam mais lucrativas com o auxílio da tecnologia, mas também, porque expande o mercado de criptoativos para uma comunidade maior.

Em 2022, a tendência continuará. Como o conceito de metaverso se tornará mais popular e previsível, a tecnologia NFT será aplicada cada vez mais em diferentes cenários. À medida que a demanda por eles aumenta, as empresas, grandes e pequenas, desenvolverão suas próprias estratégias para NFT, e a NovaDAX não é exceção. Em breve lançaremos nossa própria plataforma NFT, o primeiro mercado NFT com funções comerciais e sociais no Brasil. Será dedicado a fornecer aos amantes do NFT uma comunidade dinâmica onde eles serão capazes de interagir diretamente entre si e com os criadores, e com um acesso mais rápido e fácil para entrar no Metaverso. Há uma grande novidade pela frente e estamos muito animados com isso.

 

 

Regulamentação do mercado:  o Brasil está caminhando para ter uma legislação específica que regulamentará o setor de criptomoedas. Em dezembro, foi aprovado em votação na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL) 2303/15 que trata do assunto e agora irá para o Senado. A regulamentação deverá entrar em vigor em 2022. Com ela, as regras de mercado ficarão mais claras, diminuindo as chances de golpes e esquemas como pirâmides e aumentado, consequentemente, a possibilidade de investimentos mais seguros.

Empresas adotando criptoativos como modelos de pagamento: cada vez mais companhias privadas estão investindo em criptomoedas e as utilizando como forma de pagamento. Essas ações popularizam os criptoativos e os consumidores podem utilizar bitcoins, por exemplo, para fazer compras on-line. Essa tendência ganhará ainda mais força no próximo ano.

Celebridades atuando e afetando o mercado: os criptoativos estão em alta e é comum encontrar celebridades divulgando seus investimentos neste mercado, como o CEO da Tesla, Elon Musk. Em um tweet de maio, um seguidor perguntou ao Musk qual era a sua opinião sobre a Ethereum e, em tom de brincadeira, o CEO respondeu que DOGE tem cachorros e memes, e as outras não têm. Isso foi o suficiente para levar o valor do criptoativo nas alturas! Tweets, entrevistas, falas de pessoas famosas, etc,  vão continuar a influenciar o mercado em 2022 e os traders têm que ficar atentos a elas.

Eleições: em 2022 teremos eleições estaduais e para presidente, o que muito provavelmente irá polarizar a sociedade brasileira. É claro que isso afetará o mercado financeiro, principalmente, da bolsa de valores e, também, o de criptomoedas. Os investidores têm que ficar atentos as essas oscilações para investir no momento certo, maximizando ganhos e minimizando perdas.

Pandemia: a cada mês a situação da pandemia muda. Parecia que ela estava sobre controle na Europa, mas os casos têm aumentado exponencialmente com a nova variante Ômicron. No Brasil, essa tendência mudou com casos e números de mortes cada vez menores e o aumento rápido da cobertura vacinal. Essa constante mudança afeta diretamente o mercado financeiro, portanto acompanhar a situação da pandemia do coronavírus é algo que o investidor terá que realizar atentamente no próximo ano.

Se 2021 foi o ano da consolidação dos criptoativos, 2022 será o ano da diversificação delas. Os traders terão cada vez mais opções de investimentos, portanto, suas chances de ganho estão cada vez mais altas. Porém, para que isso ocorra, ele precisa realizar seus investimentos de forma consciente, estratégica e baseada nas tendências políticas, econômicas e sanitárias que afetarão o mercado. Estou confiante que 2022 será um ano muito positivo para o mercado de criptoativos, tanto no Brasil quanto no resto do mundo.

*Beibei Liu é CEO da NovaDAX, criou a empresa em 2018 e já captou cerca de US$ 300 milhões em quatro rodadas de investimento. A exchange brasileira oferece serviços relacionados a criptoativos de alta liquidez, taxas baixas e alta proteção para os seus mais de 850.000 clientes.

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