Drex tem previsão de lançamento para o público até o início de 2025 (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 9 de novembro de 2023 às 09h28.
Última atualização em 9 de novembro de 2023 às 11h02.
O Drex ainda está em desenvolvimento pelo Banco Central e possui uma previsão de lançamento para a população apenas para o fim de 2024 ou início de 2025. Entretanto, informações falsas e dúvidas sobre o tema já começaram a circular.
Como parte do Especial: Real Digital, a EXAME conversou com Luiz Fernando Lopes, gerente de Plataformas Digitais na TecBan, para explicar o que é mito e verdade em torno da versão digital do real.
O executivo explica que "com duração de 18 meses, a fase de testes do projeto piloto do real digital foi iniciada em maio deste ano, e será a primeira moeda virtual oficial do Brasil. Entretanto, muitos bancarizados ainda sentem dificuldade em visualizar a aplicabilidade do Drex no dia a dia", o que abre margem para dúvidas e erros em torno da iniciativa.
Segundo Lopes, a ideia de que o Drex representaria uma nova moeda que vai substituir o tradicional real "não é verdade". O motivo é simples: o executivo explica que "o Drex será como uma extensão das tradicionais cédulas físicas de dinheiro, porém transacionada exclusivamente no ambiente digital. Haverá a coexistência entre os diferentes meios".
Lopes comenta que a informação de que o Drex seria uma criptomoeda "não procede. Afinal, a moeda digital brasileira será regulamentada pelo Banco Central, enquanto as criptomoedas não são emitidas por autoridades monetárias". Nesse sentido, o projeto é uma moeda digital de banco central, conhecida pela sigla em inglês CBDC.
O executivo da TecBan explica que a CBDC brasileira é "uma plataforma que tem a programabilidade, que possibilita a criação de novos produtos e serviços de forma mais segura e transparente para o usuário final". Por isso, "há espaço para todos os tipos de serviços e soluções, devido a diversidade de realidades no país", sem que um novo meio substitua os atuais.
Lopes afirma que outra dúvida que surgiu em torno do projeto envolve a ideia de que a versão digital do real teria um papel de desintermediação dos bancos, ou seja, reduzindo o espaço dessas instituições no mercado brasileira. Porém, ele diz que "essa afirmação não faz sentido, porque todas as operações envolvendo a plataforma continuarão sendo transacionadas entre bancos e instituições financeiras".
O executivo explica ainda que a ideia do Banco Central com o projeto do Drex é "incentivar e possibilitar que os bancos criem produtos e serviços ainda mais eficientes para a população", o que não resultaria em uma desintermediação no mercado.
Outro mito, de acordo com o executivo da TecBan, é que o Drex seria responsável por substituir diferentes operações que são exigidas atualmente no mercado imobiliário, pensando na compra e venda desses imóveis. Lopes classifica a ideia como um "mito", pensando no próprio potencial da CBDC brasileira.
Como explica o executivo, "o Drex, através da programabilidade, tem potencial para melhorar os processos do mercado imobiliário, eliminando intermediários e aumentando a segurança das operações, além de promover a inclusão financeira", mas sem substituir ações que precisam ser tomadas atualmente.
Segundo Lopes, uma informação em torno do Drex e suas mudanças que é verdadeira é que a tokenização de ativos que será incentivada com o lançamento da CBDC brasileira tende a tornar diferentes processos da economia mais seguros em relação aos procedimentos atuais.
O motivo, explica, é que "as transações serão realizadas por meio da programabilidade, com emissão de ativos que pagarão por bens específicos, e ainda, poderão ter prazo de validade. Além disso, o Drex é uma plataforma gerida e regulada pelo Banco Central, aumentando a segurança jurídica das operações".
Já em relação à segurança em torno das transações virtuais que serão feitas a partir dessa plataforma do Banco Central, o executivo da TecBan comenta que "a moeda digital poderá ser operacionalizada por meio de contratos inteligentes, assegurando que o dinheiro não seja liberado antes de finalizar a transação". A novidade, portanto, tende a tornar as operações mais seguras.
Lopes afirma que, na prática, o Drex vai realmente funcionar como uma plataforma de pagamento para a população. "Inclusive para o usuário final, o Drex de Varejo poderá viabilizar diferentes tipos de transações financeiras seguras, por meio dos contratos inteligentes, por exemplo. É importante ressaltar que o Drex promove a inclusão financeira, pois através do fracionamento a população poderá investir em ativos ou investimentos com menores valores", comenta.
Outra vantagem que a CBDC brasileira deverá trazer, segundo o executivo da TecBan, envolve o combate à corrupção. O motivo é que a versão digital do real e sua tecnologia tende a tornar as transações mais transparentes, ajudando a identificar movimentações suspeitas: "a moeda digital vai funcionar na rede blockchain, sendo rastreada, com os dados sendo imutáveis, aumentando a segurança e transparência nas operações financeiras".
Este conteúdo é parte do "Especial: Real Digital", que tem apoio da Mynt e patrocínio de Aarin Tech-Fin e Febraban. Para saber mais e acompanhar todos os conteúdos exclusivos com quem mais entender de Drex no Brasil, acesse a página do evento na EXAME clicando aqui.