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Especialista em criptoativos
Publicado em 9 de fevereiro de 2025 às 11h00.
2025 chegou com a promessa de muitas transformações no mercado cripto e os investidores estão vivendo sentimentos mistos. A volatilidade que temos acompanhado surge como efeito colateral direto desse turbilhão de emoções — e é justamente nesse cenário que as armadilhas da mente ganham força.
Por exemplo: quantas vezes você se pegou pensando “Já subiu demais, não vale mais a pena entrar!”? Essa sensação de “perdi o timing” é um truque da sua mente para justificar a inércia.
Para exemplificar, nem precisamos voltar a um passado muito distante. Em 2024, com o bitcoin a US$ 40 mil, muita gente deve ter se convencido de que o ativo estava caro demais e já teria perdido a chance de entrar. Essas mesmas pessoas hoje se arrependem ao ver a moeda na casa dos US$ 100 mil.
Essas armadilhas são reais e você precisa, primeiro, saber detectá-las para, depois, aprender a se livrar delas.
A verdade é que o mercado não pausa para esperar o investidor. Ele segue o movimento, influenciado por forças econômicas e comportamentos coletivos. Enquanto você fica congelado por medos e vieses, outros estão aproveitando as oportunidades e ganhando dinheiro.
De que lado você quer estar?
Muitos passam a vida esperando aquele “momento mágico” em que vão conseguir cravar o fundo de preço de um ativo para comprar e a máxima exata para vender.
Mas sejamos realistas: esse ponto ideal só aparece depois que a gente olha o histórico do ativo — é impossível prever.
Você gasta um tempo excessivo de tela aguardando a “entrada perfeita” e não atinge o resultado que queria. Já os investidores mais pé no chão estão tendo sucesso fazendo entradas suficientemente interessantes.
A obsessão por cronometrar o mercado é capaz de te paralisar e, no fim do dia, não rende ganhos, mas arrependimentos.
A inteligência está em investir de forma consistente. Eu sigo firme com a minha estratégia de Dollar-Cost Averaging (DCA) — já comentei por aqui diversas vezes. É um método que consiste em fazer compras recorrentes (semanais ou mensais, por exemplo), ajudando a aliviar a pressão do “timing perfeito” e diluir os riscos. No longo prazo, a recompensa vem na forma de uma carteira sólida e robusta.
Enquanto você olha para o passado e diz que hoje o bitcoin está caro (na casa dos US$ 100 mil), existem pessoas visando o futuro e achando uma pechincha. Por exemplo: o Michael Saylor, fundador da MicroStrategy (rebatizada esses dias para “Strategy”), a empresa com mais bitcoin em caixa no mundo, prevê o ativo a US$ 13 milhões até 2045.
Esse “Ah, tá caro” é a âncora que impede o investidor de ver o potencial real do mercado.
Comparar o presente com preços históricos é ignorar a evolução da criptoesfera. Os fundamentos podem mudar, a adoção aumentar e o valor intrínseco de um projeto crescer muito além do que se conseguia prever — lembrando que o contrário também pode acontecer e ele perder valor.
Então, em vez de se apegar a números antigos, mantenha uma disciplina de estudo sobre os projetos e foque na trajetória futura do ativo.
Em tempos de excesso de informação (e desinformação), cada post no X (ex-Twitter) ou “dica quente” de algum influenciador pode mexer forte com o emocional.
Nessa hora, você precisa tomar cuidado para não se comportar de maneira reativa. Seguir o ruído sem senso crítico é como tentar surfar uma onda imaginária.
Muitos investidores se deixam levar por manchetes sensacionalistas. O que acontece? Acabam entrando em mercados supervalorizados ou, pior, caindo em armadilhas de pump and dump.
O segredo é desligar o barulho externo e fazer a própria análise. Afinal, o que é “bom demais para ser verdade” geralmente não é verdade mesmo.
Sei que grande parte dos investidores chega ao mercado cripto atraída por ficar rico rapidamente. Infelizmente, isso leva a uma busca frenética por atalhos. O resultado? O capital investido acaba sugado por criptos altamente especulativas e projetos sem fundamentos sólidos.
Essa mentalidade de “enriquecimento instantâneo” é a receita para perdas desastrosas e para uma coleção de histórias de “eu quase fiquei milionário, mas...” que só servem de lição amarga — e, muitas vezes, traumas reais.
Em vez de apostar no milagre do dia seguinte, é preciso encarar o investimento como um processo de longo prazo. A educação financeira, o estudo contínuo e a paciência são os únicos caminhos para se construir patrimônio. Não existe fórmula mágica, mas sim a disciplina de quem está disposto a aprender e a evoluir a cada operação.
A ciência diz que é muito comum procurar informações para reforçar aquilo em que já se acredita, ignorando dados na direção contrária. Por exemplo: se você já está “certo” de que determinado ativo está a um preço “imperdível”, pode acabar negligenciando sinais de alerta indicando riscos, simplesmente porque eles não se alinham com o que você quer acreditar.
Uma solução é se disciplinar para buscar opiniões divergentes e analisar as críticas ao projeto. Uma visão completa, que considere tanto os pontos positivos quanto os negativos, garante uma decisão mais consciente.
Quando a multidão entra em pânico ou entra em euforia, muitos investidores acabam seguindo o fluxo, sem fazer sua própria análise. Essa tendência a imitar o comportamento dos outros pode levar a decisões baseadas em emoção, não em razão.
Se você não quer ser vítima do efeito manada, basta começar questionando o consenso popular e, depois, partir para investigar as informações por meio de fontes confiáveis. Podem ter certeza de que grandes investidores criam seus próprios caminhos — não se deixam levar pelo sentimento coletivo.
O medo de perder dinheiro pode ser tão paralisante que, muitas vezes, faz com que você se agarre a investimentos ruins ou venda seus ativos nos momentos errados. Essa sensibilidade exagerada à perda pode custar caro.
Obviamente que ninguém quer perder, mas isso é uma parte inevitável do processo de aprendizado e da construção de portfólio. Diversificar, manter uma estratégia disciplinada e gerenciar os riscos são fundamentais para amortecer os impactos negativos. As eventuais perdas ficam como lições para o futuro.
Dito tudo isso, espero ter deixado claro: a sua maior batalha é com a sua própria mente, e não com o mercado. Cansado de ver as pessoas lucrando enquanto você fica de mãos vazias? Assuma o controle, se liberte dos medos e mude o jogo a seu favor. E estude muito, sempre!
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