Adoção crescente deve impulsionar criptomoedas (Reprodução/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 23 de março de 2023 às 16h00.
Última atualização em 23 de março de 2023 às 18h07.
Para Catalina Tobar, diretora de Soluções Cripto da Visa para a América Latina e Caribe, blockchain, moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês) e criptomoedas viraram um fenômeno global nos últimos anos e podem vir a mudar significativamente o futuro da movimentação de fundos, dos pagamentos e do comércio em um futuro próximo.
Em um artigo, a executiva da Visa defende que, como acontece com qualquer inovação tecnológica, as percepções, os desafios e os produtos relacionados a moedas digitais evoluem continuamente, fazendo surgir novas oportunidades de investimento, casos de uso e empresas que impulsionam o mercado.
Além disso, a executiva destaca que a volatilidade das criptomoedas no ano passado quase não afetou o interesse por esses ativos. "Na verdade, embora o ímpeto tenha desacelerado um pouco em 2022, nossa nova pesquisa O Fenômeno Cripto: Atitudes e Uso do Consumidor revela que as criptomoedas e outras moedas digitais ainda têm potencial para crescer, visto que as percepções a seu respeito continuam bastante consistentes e as barreiras que atrapalhavam seu uso diminuíram", disse.
Ela aponta que um estudo recente da Visa traz dados de consumidores pesquisados em 13 mercados – da América Latina e Caribe participaram Argentina, Brasil e México – e informações importantes sobre as atitudes e os comportamentos globais hoje, lançando uma nova luz sobre o que o futuro reserva para o setor nesta era digital.
"De modo geral, a pesquisa revela que as criptomoedas continuam sendo quase que universalmente conhecidas – 95% dos consumidores pesquisados já tinham ouvido falar de cripto e o percentual de proprietários de criptomoedas aumentou ligeiramente de 32% em 2021 para 34% em 2022 nos 13 mercados da pesquisa. Vale ressaltar que a participação no mercado de criptomoedas, assim como as perspectivas de crescimento, são bem mais fortes em mercados emergentes como os da nossa região", afirma.
No estudo da Visa, é possível observar que o engajamento com criptomoedas é maior nos mercados emergentes: o percentual de proprietários (41%) subiu em relação ao ano anterior (37%). Na mesma linha, o percentual de consumidores curiosos é maior nos mercados emergentes (24%) do que nos desenvolvidos (13%). Os consumidores curiosos já têm sentimentos positivos em relação a criptoativos e demonstram muito interesse em soluções que ofereçam pontos de entrada de baixo risco.
Citando o estudo, Tobar afirma que o desejo de construir um patrimônio e participar do movimento financeiro do futuro continuam sendo duas grandes forças motrizes da adoção do consumidor ao mercado cripto, especialmente nas economias emergentes.
"Outro ponto importante é que praticamente todas as barreiras para participar do movimento cripto, exceto a volatilidade, caíram significativamente de 2021 para 2022, incluindo o desconhecimento de como comprar e armazenar a moeda, o receio de perder dinheiro e a falta de leis e regulamentos. No caso de não proprietários de criptomoedas que estão em mercados emergentes, muitos dos obstáculos deixaram de ser relevantes, o que significa que se trata de um grupo de consumidores que concordou em participar do espaço cripto", afirma.
A pesquisa da Visa também descobriu que os mais engajados com as criptomoedas continuam sendo os homens jovens, especialmente nos mercados emergentes. As principais fontes de informação são o YouTube e o boca a boca. As exchanges criadas especialmente para cripto continuam sendo o método preferencial de aquisição, especialmente nos mercados emergentes (53%).
A executiva também destaca que a adoção dessa tecnologia vem crescendo entre as instituições financeiras do mundo todo, acreditando que elas podem ter um papel importante no mercado cripto.
"Na verdade, mais da metade dos pesquisados que conhecem as criptomoedas acredita que o ativo só será amplamente adotado se as instituições financeiras estabelecidas participarem desse espaço, e 47% dos consumidores que conhecem as cripto manifestaram interesse em usar seus bancos tradicionais para trabalhar com o ativo. Além disso, 44% dos proprietários de cripto pesquisados nos mercados emergentes mostraram-se propensos a mudar para um banco que ofereça produtos cripto nos próximos 12 meses", disse.
Ela aponta que, para criar um ecossistema que ofereça mais oportunidades de uso de criptomoedas, os programas de recompensa e cartões vinculados a criptoativos podem se tornar portas de acesso convenientes para o engajamento. Esses cartões permitem que os consumidores vinculem fundos em moeda digital e os gastem em qualquer estabelecimento comercial que aceite bandeiras como Visa ou Mastercard.
O interesse em cartões vinculados a criptomoedas aumentou entre os proprietários ativos de cripto (87%) e os consumidores curiosos (83%) pesquisados. Tobar também destaca que os programas de recompensa em cripto, em que o portador do cartão acumula criptos quando o usa para fazer compras, também são atraentes e podem dar origem a novos relacionamentos com as instituições financeiras.
De acordo com os resultados, as recompensas em cripto interessam bastante tanto os consumidores pesquisados que já têm criptomoeda (84%) e os curiosos (82%).
"Para o futuro, embora a maioria dos consumidores pesquisados que conhecem as criptomoedas as vejam como um ativo para construir seu patrimônio, muitos acreditam que, em cinco anos, elas estarão presentes em quase todos os tipos de transação. Todos esses insights nos permitem prever que as criptomoedas continuarão presentes no consciente popular e prontas para crescer, especialmente nos mercados emergentes – o que terá implicações importantes no mundo dos pagamentos, das finanças e do comércio", afirmou.
A diretora da Visa argumenta que programar um pagamento automático recorrente usando um aplicativo de banco móvel ou pagar contas online deveria ser igualmente fácil de fazer em um blockchain como a Ethereum, mas atualmente, não é.
Ela comenta ainda que, "em nosso mais recente trabalho de pesquisa técnica, a Visa propôs uma solução que usa o conceito de abstração de conta para fornecer carteiras de autocustódia com uma função de pagamentos recorrentes automáticos. Usando a abordagem que apresentamos, seria possível trazer para a blockchain outras aplicações práticas que vão além dos pagamentos recorrentes".
"Nosso objetivo é ajudar a criar melhores experiências para os usuários, usando trilhos de pagamento novos e também os existentes. Nesse sentido, acreditamos que o dinheiro e os pagamentos programáveis são uma oportunidade muito interessante", destaca.
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