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2º semestre será ainda melhor, diz líder da Solana no Brasil sobre alta da criptomoeda

Em entrevista à EXAME, Diego Dias compartilhou planos de blockchain para expandir a comunidade no Brasil e perspectivas sobre o futuro da criptomoeda

Solana valorizou mais de 800% em 2023 (Getty/Getty Images)

Solana valorizou mais de 800% em 2023 (Getty/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 12 de março de 2024 às 17h20.

Última atualização em 12 de março de 2024 às 17h42.

A Solana recuperou em 2023 sua posição como um dos projetos mais relevantes no ecossistema de blockchains, em um movimento que resultou na alta de mais de 800% da sol, sua criptomoeda. Mas a rede não pretende parar sua expansão, e projeto que terá um segundo semestre ainda mais positivo, beneficiada pelo aquecimento do mercado cripto.

É o que avalia Diego Dias, líder para América Latina da Fundação Solana, em entrevista para a EXAME. Responsável pela expansão da Fundação no Brasil e em outros países da região, ele pontua que a própria chegada da organização no Brasil em 2024 reflete os "valores da comunidade" de descentralização.

Foi o próprio Dias que propôs a expansão para o mercado brasileiro, resultando em um "projeto piloto de competição de startups" em setembro de 2023 que foi bem avaliado pela comunidade da Solana. Agora, a Fundação pretende realizar diversos eventos em 2024 para atrair empresas, desenvolvedores, usuários e investidores.

O futuro da Solana

Para Dias, boa parte da disparada do sol observada em 2023 está ligada a um movimento que ocorreu internamente no ecossistema do blockchain: "A Solana tem uma cultura muita forte de construir, não importa o que esteja acontecendo no mercado. No pós-FTX muita gente saiu, mas quem estava dedicado e focado continuou construindo, e tiveram menos distrações com um mercado mais quieto. A volta que teve agora foi um reconhecimento, um realinhamento do mercado em relação a essas funcionalidades e projetos".

A fala do líder da Fundação Solana faz referência à forte queda da criptomoeda após a falência da FTX, evento que foi visto como uma grande ameaça ao blockchain devido à ligação com a exchange e seu fundador, Sam Bankman-Fried. Entretanto, a rede não só sobreviveu até o momento como teve uma "grande explosão em relação a benefícios para a comunidade, como airdrops, mecanismos de lealdade e o sucesso do telefone".

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E, na visão de Dias, essa combinação de fatores que atraiu de volta investidores, usuários e desenvolvedores não apenas vai continuar no segundo semestre desse ano como "deve ser ainda mais forte". Por outro lado, ele afirma que "gostaria que o mercado não aquecesse tão rápido, porque já começou a gerar muita distração, uma corrida por airdrops, investimento, uma gamificação".

Para ele, essa combinação "incomoda, distrai do que é importante, que é construir as plataformas, as soluções que resolvam problemas do mundo real. Quando acontece muito rápido, perde o foco, e aí pode dar problema".

Mesmo assim, ele avalia que "é interessante ver como tem uma explosão de redes, parece que em cada mês a gente descobre uma nova. Eu vejo uma terceira fase de blockchains, a primeira foi o foco em bitcoin, depois veio a Ethereum e a terceira busca resolver as limitações da própria Ethereum".

"A Solana acredita que resolveu alguns desses problemas, e o diferencial é o foco no crescimento do ecossistema, com foco em Web3, algo descentralizado, open source. Eu vejo o projeto bem descentralizado, é composta de várias DAOs e permite uma adaptação a cada mercado", defende Dias.

Nesse sentido, ele diz que "outros podem vir e copiar o que fazemos, mas a cultura de deixar a comunidade liderar e fazer as coisas mais difíceis primeiro são os nossos diferenciais". Por isso, ele também não vê a Ethereum — com a sua atualização Dencun focada em escalabilidade — como uma ameaça ou concorrente.

"É importante que a Ethereum continue a crescer, ainda somos muito pequenos enquanto indústria, tem muito chão pela frente. A gente quer que a Ethereum seja bem-sucedida, e estamos bem alinhados com eles. Acho que ajuda a indústria a crescer e a mudar a mentalidade, porque não é só a adoção de uma nova tecnologia, é uma maneira completamente diferente de criar produtos, de existir", ressalta.

Solana no Brasil

Para os próximos meses, a meta de Dias é manter o resultado "muito positivo" que a Solana tem tido na sua chegada ao Brasil, sempre buscando uma "expansão descentralizada" que combine eventos, financiamento de times de representantes e um esforço de divulgação pelo país.

Um dos exemplos dos esforços da Fundação é o hackathon Renascença, que teve início neste mês e "representa uma fase de renovação do ecossistema". O objetivo final, segundo Dias, "não é só atrair desenvolvedores para a Solana. A missão é mudar a cultura do país".

"Hoje, a cultura dos brasileiros é mais de ser usuário do que ser builder [desenvolvedor]. A gente quer inverter isso. Hoje os principais aplicativos que usamos vêm de fora, queremos mudar isso, criar essa cultura de builders", destaca.

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