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15 carteiras têm 70% das shiba inu: concentração é risco para investidores

Apesar de uma parte das maiores carteiras pertencer à corretoras, alguns endereços "comuns" têm quantidades gigantescas do ativo e podem representar risco aos investidores

Criptomoeda-meme shiba inu acumula alta de 65% no último mês, mas despencou 40% desde o seu preço recorde (NurPhoto/Getty Images)

Criptomoeda-meme shiba inu acumula alta de 65% no último mês, mas despencou 40% desde o seu preço recorde (NurPhoto/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 10 de novembro de 2021 às 13h03.

Depois da forte alta de outubro, que multiplicou o preço da shiba inu (SHIB) por quase 10 vezes, a criptomoeda se aproximou de 1 milhão de usuários, mas a marca não foi suficiente para segurar a tendência de alta e a cripto-meme despencou 40% desde sua máxima. Os motivos para a queda são diversos, mas um deles se destaca: a concentração de ativos em poucas carteiras.

Recentemente, a notícia de que apenas uma carteira tinha grande parte de todos os tokens SHIB em circulação chamou a atenção dos entusiastas do ativo - e causou preocupação quando ele começou a movimentar as criptomoedas, no que foi apontado como uma das razões para a recente queda nos preços.

Agora, dados do blockchain mostram que apenas 15 endereços têm cerca de 70% de todas as shiba inu em circulação na rede Ethereum (imagem abaixo), o que provocou ainda mais desconfiança dos fãs da criptomoeda autodenominada a "dogecoin killer".

A maior carteira de shiba inu do mundo, que tem mais de 41% das SHIB existentes é, na verdade, uma "burn wallet", ou, em bom português, uma espécie de "lixão", para onde são enviadas moedas que serão tiradas de circulação. Essa carteira não pode ser acessada por nenhuma pessoa, já que ninguém possui suas chaves privadas, e os fundos alocados não podem ser transferidos ou utilizados.

Foi esta a carteira usada por Vitalik Buterin para queimar os milhões de tokens SHIB que ele recebeu compulsoriamente dos criadores do projeto no seu lançamento, como forma de piada. Vitalik decidiu se livrar de quase tudo, quando já valia alguns milhões de dólares, e doou outra parte dos tokens para projetos de caridade na Índia. A transferência de Vitalik para a "burn wallet" foi a maior registrada na carteira.

A lista dos 15 maiores endereços de SHIB, no qual estão 70% de todos os tokens, também inclui endereços de pessoas jurídicas, como as corretoras Binance e Crypto.com - ou seja, possuem fundos de milhares de indivíduos, e não de apenas um.

Apesar disso, a concentração de shiba inu em poucas carteiras ainda é um ponto a se considerar pelos investidores, já que, mesmo não sendo tão dramática quanto a lista dos 10 maiores endereços dá a entender, a situação ainda é crítica. Das 15 maiores carteiras, 10 delas pertencem, ou podem pertencer, à investidores "comuns", que somam mais de 15% de todas as SHIB em circulação - e o valor é quase o dobro quando desconsideradas as criptomoedas da "burn wallet".

Desconsiderando os tokens na "burn wallet", a segunda maior carteira de SHIB tem mais de 7% dos ativos, concentração duas vezes maior do que a maior carteira de bitcoin do mundo, da Grayscale, que tem cerca de 3% dos bitcoins em circulação. A diferença, entretanto, é que os fundos da Grayscale pertencem aos seus milhares de clientes, e não à um único indivíduo.

A concentração de tokens na mão de poucas pessoas é um problema sério, já que essas pessoas podem ter capacidade para manipular o mercado. Além disso, a SHIB ainda sofre com outros problemas. Como foi construída na rede Ethereum, suas transações são muito caras - atualmente, enviar 1 SHIB por custar 500 vezes o valor da criptomoeda, tornando praticamente inviável a sua utilização como meio de pagamento.

Apesar dos problemas, e da queda recente de preços, a SHIB acumula alta de 65% nos últimos 30 dias. Na última semana, entretanto, já são 20% de perdas. Nesta quarta-feira, a criptomoeda é negociada a US$0,00005145, queda de 7% nas últimas 24h e pouco mais de 40% abaixo da máxima registrada em 28 de outubro.

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