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Apenas 15% dos brasileiros interessados em cripto conhecem stablecoins, mostra pesquisa

Pesquisa da Coinbase aponta que, entre os brasileiros mais interessados pelas stablecoins, foco é em guardar dinheiro e economizar

Stablecoins surgiram como alternativa simples para ter exposição ao dólar (Reprodução/Reprodução)

Stablecoins surgiram como alternativa simples para ter exposição ao dólar (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 29 de novembro de 2023 às 17h44.

Uma pesquisa divulgada nesta semana pela corretora de criptomoedas Coinbase aponta que apenas 15% dos brasileiros interessados em comprar criptoativos nos próximos 12 meses possuem algum tipo de conhecimento sobre stablecoins, um tipo de moeda conhecida por ser pareada a outros ativos, caso do dólar.

A pesquisa realizada pela exchange entrevistou 600 brasileiros e 600 norte-americanos e revela que o cenário não é muito diferente nos Estados Unidos. Entre os entrevistados,a penas 14% alegaram ter algum tipo de conhecimento sobre stablecoins. Além diso, 52% dos brasileiros e 50% dos norte-americanos disseram que não têm nenhum conhecimento sobre o tema.

Já entre os brasileiros que afirmaram que possuem algum interesse em relação às stablecoins - com a pesquisa questionando especificamente sobre a USDC, ligada à Coinbase - 61% disseram que o caso de uso que mais chama a atenção é para economizar e guardar dinheiro, enquanto 40% apontaram o uso para diversificação de portfólio e 36%, para proteção de patrimônio contra inflação e desvalorização do real.

A proteção contra inflação, instantaneidade em transações e privacidade foram citados por 24% dos brasileiros como os benefícios "mais significativos" em relação à exposição a stablecoins, novamente com a pesquisa focando a pergunta em torno da USDC, atualmente a segunda maior stablecoin do mercado.

Stablecoins no Brasil

Os ativos digitais lastreados por ativos reais, que têm valor estável e por isso são chamadas de stablecoins, foram responsáveis por 83,5% dos R$ 47,1 bilhões movimentados em cripto no Brasil no primeiro trimestre de 2023, ou R$ 39,3 bilhões, considerados os meses de janeiro, fevereiro e março, de acordo com a Receita Federal. O bitcoin responde por 9,2% das operações no mesmo período.

Apenas uma das stablecoins responde por quase todo o valor movimentado: a USDT, da Tether, responsável por 96% do total de stablecoins negociadas no Brasil em março — em fevereiro, o ativo criado pela Tether respondia por 93,4% e, em janeiro, 93,6% do total de stablecoins transacionadas no país.

As stablecoins foram criadas como uma maneira de transacionar ativos do mundo real no ambiente digital — como dólar, ouro, euro, reais, prata e muitos outros. Além da USDT e da USDC, outra stablecoin lançada recentemente no mercado é o BTGDol, ligado ao banco BTG Pactual.

A emissão desses ativos digitais é atrelada à inclusão dos ativos "reais" nas reservas do emissor. Por exemplo, no caso da USDT, para cada token emitido em blockchain, a Tether supostamente guarda US$ 1 em suas reservas. Assim, 1 USDT valerá sempre US$ 1. O mesmo princípio vale para quaisquer outras stablecoins — inclusive a PAXG, na qual cada token representa 1 onça de ouro, que deve ser guardada nas reservas do emissor da criptomoeda.

Como são equivalentes digitais de ativos do mundo real, as stablecoins têm pelo menos duas funções principais. A primeira e mais óbvia é a possibilidade de ganhar exposição a ativos do mundo real de maneira rápida, simples e segura, graças às vantagens da tecnologia blockchain.

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