Future of Money

10ª maior empresa do mundo cria NFTs de Patrimônio Mundial da Unesco

Tencent emite 9.999 NFTs em blockchain próprio com algumas das famosas pinturas das Grutas de Mogao, sítio histórico chinês construído há 1.600 anos

Grutas de Mogao, na China (VW Pics/Getty Images)

Grutas de Mogao, na China (VW Pics/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 13 de setembro de 2021 às 14h42.

A gigante de tecnologia Tencent, 10ª maior empresa do mundo e dona de marcas como o WeChat e alguns dos maiores estúdios de games do planeta, vai transformar as pinturas das Grutas de Mogao em NFTs. O local, que fica na província de Gansu, na China, foi declarado um Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1987.

A intenção da Tencent é emitir 9.999 tokens não-fungíveis em seu próprio blockchain, chamado Zxinchain. Cada NFT será único e representárá uma das pinturas das Grutas de Mogao. Desde a última semana, usuários do WeChat - uma espécie de WhatsApp muito popular na China - podem participar de um jogo de perguntas valendo a chance de ganhar um dos criptoativos.

Para cada NFT que for emitido, a empresa faz uma doação para a Dunhung Academy, instituição responsável pela supervisão do local, construído há mais de 1.600 anos. A expectativa da Tencent é doar, ao todo, cerca de 4 milhões de iuane, algo como 2,5 milhões de reais.

Segundo informações de Fino Feng, que comanda o projeto na Tencent, apenas na última sexta-feira foram cerca de 380 mil pessoas participando do jogo e que todos os 9.999 NFTs já foram emitidos. "Queremos usar a tecnologia blockchain para promover conscientização e proteger um patrimônio cultural. Os NFTs podem ser esse mensageiro digital para nossa cultura tradicional e servir como ponte com as pessoas", afirmou ao site The Block.

As Grutas de Mogao, situadas nos arredores da cidade de Dunhuang, no noroeste chinês, formam um conjunto de 735 grutas com mais de 45.000 metros quadrados de pinturas murais. O local é conhecido como o maior acervo de arte budista do mundo. Situado em um ponto estratégico da Rota da Seda, o local tem 492 santuários famosos por suas estátuas e pinturas rupestres.

Contra restrições, blockchain privado

Com as restrições impostas pelo governo chinês contra o mercado de criptoativos, a empresa precisou se adaptar e fazer um caminho diferente da maioria dos NFTs em circulação atualmente.

Para emitir um token não-fungível em um blockchain público como Ethereum ou Solana, é precisa utilizar as criptomoedas nativas das redes para o pagamento das taxas de transações - seja para emitir, comprar, vender ou enviar o NFT. Como a China não permite a troca da moeda oficial local por criptoativos, a Tencent decidiu utilizar uma rede própria.

Assim, a empresa chinesa faz o lançamento dos tokens no mercado primário, e não existe mercado secundário, ou seja, os donos dos NFTs chineses não podem trocá-los ou negociá-los livremente como acontece com NFTs emitidos em blockchains públicos.

"Como a Tencent o lança no mercado primário, não podemos lançar um mercado secundário nós mesmos", disse Qin Qing, diretor da Tencent Blockchain. "Mas mesmo com um mercado secundário, ele só vai lidar com moeda fiduciária... e obviamente não encorajaremos atividades especulativas".

A Tencent é, atualmente, a 10ª maior empresa do mundo por valor de mercado, com market cap de 598 bilhões de dólares, atrás apenas de Apple, Microsoft, Alphabet, Saudi Aramco, Amazon, Facebook, Tesla, TSMC e Berkshire Hathaway .

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube

Acompanhe tudo sobre:ChinaCriptoativosNFTsTencent

Mais de Future of Money

McLaren e OKX revelam novo design de carro inspirado em Ayrton Senna

“Estamos no melhor momento para acumular bitcoin”, diz especialista após decisão rara do Fed

La Liga "abraça criptomoedas" e anuncia parceria com corretora Bitget

OKX aposta em "turbinar experiências" na Fórmula 1 para atrair investidores