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Votorantim: Metais pesam, mas Cimentos segura resultado no 3º tri

Cimenteira e Citrosuco são destaques positivos, compensados por Nexa e CBA

Votorantim Cimentos: Empresa opera a plena capacidade na América do Norte e na Espanha (Leonardo Rodrigues/Votorantim Cimentos/Divulgação)

Votorantim Cimentos: Empresa opera a plena capacidade na América do Norte e na Espanha (Leonardo Rodrigues/Votorantim Cimentos/Divulgação)

Natalia Viri
Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 16 de novembro de 2023 às 13h15.

Última atualização em 11 de dezembro de 2023 às 17h23.

Um dos principais conglomerados empresariais do Brasil, a Votorantim viu sua receita cair 9% no terceiro trimestre frente ao mesmo período do ano passado, para R$ 12,8 bilhões, como reflexo principalmente da queda de commodities metálicas, como zinco e alumínio, produzidos pela Nexa e pela CBA, respectivamente.

Enquanto os preços de alumínio saíram das máximas em 2022 para patamares próximos do piso este ano, a queda foi suavizada pelo bom desempenho da Votorantim Cimentos. A maior empresa do grupo em faturamento conseguiu emplacar aumentos de preços e volumes na América do Norte e na Espanha, seus maiores mercados, onde opera a plena capacidade.

Com uma política de controle de custos e despesas, a holding manteve a margem EBITDA em 20%. Considerando o acumulado dos nove meses primeiro meses do ano, o indicador teve leve recuo de 21% para 19% na comparação com período equivalente de 2022.

Os resultados operacionais levam em conta apenas as companhias das quais a Votorantim tem controle: além da Nexa, da CBA e da Votorantim Cimentos, incorporam também a Acerbrag, produtora de aços planos na Argentina.

Os números das demais empresas investidas – cada vez mais representativos no resultado em meio à forte estratégia de diversificação de atuação do grupo nos últimos anos – são consolidados por equivalência patrimonial e são considerados apenas abaixo do EBITDA, afetando apenas o lucro.

A última linha do balanço foi de R$ 274 milhões no terceiro, significativamente abaixo dos R$ 1,2 bilhão registrados um ano antes. O indicador, no entanto, reflete uma série de fatores extraordinários, sem impacto no caixa.

A geradora de energia Auren – listada em Bolsa e na qual a Votorantim divide o controle com o fundo de pensão canadense CPP – teve um prejuízo de R$ 838 milhões no período, como reflexo do reconhecimento de quase R$ 1 bilhão em PIS e Cofins a serem pagos por uma indenização de R$ 4,2 bilhão referente à hidrelétrica de Três Irmãos, que pertencia à antiga Cesp. A companhia, no entanto, vai recorrer da cobrança, que julga indevida, na Justiça.

Na CCR, de concessões de transporte, o vencimento de contratos de concessões no terceiro trimestre do ano passado também tinha puxado o resultado do ano passado, sem efeito caixa, por conta do reconhecimento  dos ativos.

A Votorantim tem participações minoritárias ou é cocontroladora também do banco BV, da produtora de suco de laranja Citrosuco, que divide a liderança de mercado no Brasil e no mundo com a Cutrale; a Altre, de empreendimentos imobiliários; e a Reservas Votorantim.

Recentemente, a holding também ampliou sua aposta em investimento em estágio de growth, com a criação da 23S, em parceria com o Temasek, além da Floen, voltada para aportes em companhias na fronteira da transição energética.

Do lado positivo, além do destaque da Votorantim Cimentos, a Citrosuco também vem tendo um ano positivo, com a disparada nos preços do suco de laranja por conta de uma quebra de oferta na Flórida, um dos principais produtores mundiais, em virtude da praga do greening.

Do lado negativo, está a CBA, que, além da queda nas cotações do alumínio – que saíram de mais de US$ 3 mil por tonelada no ano passado para algo mais próximo de R$ 2 mil neste ano --, enfrentou uma parada num de seus fornos, afetando custos e produção.

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