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Via Varejo capta R$ 4,45 bi com oferta de ações e demanda total de 3x

Valor de mercado da companhia fechou em 20,3 bilhões de reais hoje na B3, 11% maior que o nível pré-isolamento

Loja da Via Varejo: mesmo com 80% das unidades fechadas, companhia diz que vendeu 70% do nível pré-pandemia (Via Varejo/Divulgação)

Loja da Via Varejo: mesmo com 80% das unidades fechadas, companhia diz que vendeu 70% do nível pré-pandemia (Via Varejo/Divulgação)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 15 de junho de 2020 às 19h47.

Última atualização em 15 de junho de 2020 às 20h00.

Nem correção de preços, nem segunda onda de coronavírus, nem o futuro do ajuste fiscal do Brasil. Nada atrapalhou o plano da Via Varejo. A ação da companhia na oferta pública concluída há pouco saiu a 15 reais. O preço equivale a um prêmio de quase 13% sobre os 13,28 reais do fechamento da ação no dia anterior ao anúncio da captação. A demanda pelos papéis ficou em três vezes a oferta original total, e nesse preço.

A operação saiu inteira, com os 35% a mais do lote adicional. Foram vendidas 297 milhões de ações. Ao preço obtido, a Via Varejo levantou 4,45 bilhões de reais e conseguiu fôlego para enfrentar o cenário adverso da pandemia e ampliar os investimentos em sua virada tecnológica. A operação foi coordenada pelo Bradesco BBI, ao lado do BTG Pactual, Banco do Brasil BI, Bofa Merrill Lynch, Santander, Safra e XP Investimentos.

A companhia obteve destaque em plena pandemia, sendo que passou a maior parte dos últimos meses com 80% das lojas físicas fechadas. Nem mesmo as crescentes avaliações de especialistas de que os mercados estão se descolando da economia real atrapalharam a captação.

O valor de mercado da empresa fechou hoje acima de 20 bilhões de reais – superando os 18 bilhões de reais marcados antes do estouro do coronavírus no Brasil. Em março, a companhia chegou a ser avaliada em menos de 7 bilhões de reais na B3

Os investidores parecem animados com a estratégia digital do negócio, impulsionada durante o isolamento social usado para conter o avanço do coronavírus. O presidente da empresa, Roberto Fulcherberguer, declarou que as vendas nesse período alcançaram 70% do total pré-pandemia, sem redução de margem.

Chama atenção que, durante a alta da companhia nos últimos meses na B3, os grandes investidores institucionais se mostraram céticos em relação à rentabilidade das vendas do e-commerce. Muito da alta na bolsa foi atribuída aos investidores pessoas físicas – há 122 mil deles na base acionária da Via Varejo. Na operação, porém, o interesse do institucional, único participante em ofertas de esforços restritos, apareceu e forte.

No primeiro trimestre, a companhia teve receita líquida de 6,3 bilhões de reais, praticamente estável em relação ao mesmo período de 2019, e o lucro líquido ficou em 13 milhões de reais, ante prejuízo de 50 milhões de janeiro a março do ano passado.

 

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